19.3.08

Maestria 09

3. Desenvolva um sistema de apoio.

Você pode fazer tudo sozinho, mas ajuda muito ter outras pessoas com as quais possa compartilhar as alegrias e os perigos da mudança que está fazendo. O melhor sistema de apoio envolveria pessoas que já passaram, ou estão passando por um processo semelhante, pessoas que podem contar suas próprias histórias de mudança e estão dispostas a ouvir as suas, pessoas que o seguram quando você principia a retroceder e que o animam quando você não retrocede. O caminho da mestria, felizmente, quase sempre favorece agrupamentos sociais. No seu livro seminal Homo ludens: a study of the play element in culture, Johan Huizinga tece comentários sobre a tendência dos esportes e dos jogos para juntar as pessoas. A comunidade do jogo, assinala ele, tende a continuar mesmo depois de terminada a partida, inspirada pelo “sentimento de estarem ‘separados juntos’, numa situação excepcional, de compartilharem alguma coisa importante, de se afastarem mutuamente do resto do mundo e de rejeitarem as normas usuais”. Podemos dizer o mesmo a respeito de muitas outras atividades, conhecidas ou não como esportes – artes e ofícios, caça, pesca, ioga, zen, profissões, “o escritório”.


E se a sua busca da maestria for uma busca solitária? E se você não encontrar companheiros de viagem nesse caminho particular? Pelo menos, poderá deixar que as pessoas mais próximas saibam o que você está fazendo, e pedir-lhes o apoio.

4. Siga uma prática regular.

As pessoas que embarcam em qualquer tipo de mudança podem ganhar estabilidade e conforto por meio do exercício de alguma atividade que valha a pena, numa base mais ou menos regular, não só para a consecução de um objetivo externo como também por amor da própria atividade. Um viajante no caminho da maestria é duplamente afortunado, pois a prática nesse sentido (como eu já disse mais de uma vez) é o fundamento do próprio caminho. As circunstâncias serão particularmente felizes no caso de você já ter estabelecido uma prática regular em alguma outra coisa, antes de enfrentar o desafio e a mudança de iniciar uma nova. É mais fácil começar a aplicar os princípios da maestria à sua profissão ou ao seu relacionamento primário se você já estabeleceu um programa regular de exercícios matutinos. A prática é um hábito, e toda prática regular fornece uma espécie de homeostase fundamental, uma base estável durante a instabilidade da mudança.

5. Dedique-se à aprendizagem a vida inteira.

Tendemos a esquecer que o aprendizado é muito mais do que aprender nos livros. Aprender é mudar. A educação, quer envolva livros, o corpo, quer envolva o comportamento, é um processo que modifica o aprendiz. Ela não precisa terminar na formatura da faculdade, nem aos quarenta, nem aos sessenta, nem aos oitenta anos de idade, e o melhor aprendizado de todos envolve o aprender a aprender – isto é, a mudar. O aprendiz que aprende a vida inteira é essencialmente alguém que aprendeu a lidar com a homeostase, simplesmente porque o faz o tempo todo. O Diletante, o Obsessivo e o Picareta são aprendizes à sua maneira, mas a aprendizagem durante toda a vida é um privilégio especial dos que percorrem o caminho da maestria, o caminho que nunca termina.

Texto extraído e adaptado do livro Maestria: As chaves do sucesso e da realização pessoal, de George Leonard, da ed. Cultrix/Amana.


Terminamos aqui a série Maestria. Espero que tenham gostado.

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