3.1.07

Tudo ao mesmo tempo agora

Texto gentilmente enviado por Luiz Ricardo Magrello da Communiqué Assessoria de Imprensa e Comunicação de Uberlândia.

Era para ser um artigo sobre a convergência de mídias, até que fui diversas vezes interrompido pelo messenger piscando na tela. Minha concentração foi para o espaço e passei a refletir sobre “como conseguimos viver por tanto tempo sem a instantaneidade dessa nova e poderosa ferramenta de comunicação?”.

Insisti em pensar mais profundamente sobre o impacto que a convergência pode trazer para consumidores e, principalmente, para o futuro econômico das empresas. Falar sobre esse assunto é especulação pura. Envolve avanços tecnológicos e transformação de costumes. E como um depende do outro, fica praticamente impossível arriscar desenhar o futuro da comunicação.

As empresas líderes de hoje podem ser compradas amanhã; a marca líder em tecnologia interativa de agora pode cair em desgraça no próximo mês, como tem sido o caso do google, que vem perdendo a aposta na bolsa de valores e a imagem da marca tem sido constantemente arranhada. Enquanto isso, o messenger continua a piscar na tela.

Insistindo no pensamento da convergência, o que se vê por aí é que a plataforma da convergência será mesmo o celular. Mas as mudanças e a incorporação de funções no aparelho é tão rápida e profunda, que nem mesmo saberemos se em dois anos, este aparelhinho ainda será chamado de telefone celular. O que se sabe até agora, é que a demanda por mobilidade confere vantagens à plataforma celular, com este ou outro nome.

Mas e quando o assunto é a TV digital, do qual a definição pelo padrão de transmissão foi definido no terceiro trimestre deste ano pelo Ministro Helio Costa? Assim como as demais plataformas, a realidade ainda é muito distante, ainda mais se tratando de Brasil. É indiscutível a maneira com que a entrada da TV digital irá mudar a maneira de acessar informação do usuário (e não mais telespectador), colocando este como ativo e não mais passivo de escolhas.

A simples mudança de comportamento do usuário, que passa de telespectador passivo a consumidor ativo e interativo, já amedronta as empresas não só de comunicação, como de telecomunicação. Como ganhar dinheiro com a veiculação de anúncios se agora o usuário tem um poder de escolha muito além do zapping no controle remoto? Quais afinal, serão os concorrente? As empresas emissoras de TV ou as produtoras independentes que criam e geram conteúdo? Quem será a mídia responsável pela veiculação? Mais uma vez as emissoras de TV ou as empresas de Telecomunicações como operadores de celular? O formato de anúncios em 30” permanece ou o que vai comandar serão os merchandising virtuais? Mais uma vez, o messenger volta a piscar na tela.

É verdade, ele tira mesmo a atenção. É por isso que ainda existem empresas que simplesmente proíbem ferramentas como messengers, blogs e Orkut dentro de suas dependências. Mas essa verdade ao mesmo tempo pode soar absurda num universo tão plugado. É como proibir o uso do telefone.

Um comentário:

Anônimo disse...

Flávio e Magrello, esse aspecto do interesse do usuário pelo conteúdo criado por ele mesmo ou por outro usuário, é o que mais me chama a atenção. Apesar de ser um tráfego "gratuito", uma vez que não pagamos por ele, há uma série de exigências para que ele seja tratado adequadamente, como por exemplo (permitir zero de censura, destaque igual para QUALQUER comentário, seja ele bom ou ruim, etc, etc)pois isso tem exigido um conhecimento e expertise que as operadoras e provedores de infra-estrutura não têm, estamos aprendendo juntamente aos usuário, como tratar desse tema. Isso é facinante, pelo respeito que exige na tratativa.
Parabéns pela iniciativa e pelo texto do Magrello.

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