Achei interessante o artigo abaixo da professora Tanure da FDC- PUC Minas, publicado no jornal Valor Econômico. É bem pertinente para o momento que estou vivendo dentro da empresa que trabalho e também nesse momento de crise por qual passa a economia mundial. O artigo serve para refletirmos e quebrarmos alguns paradigmas.
É possível melhorar radicalmente o desempenho
Jornal valor Econômico -15/06/2009
Não raramente as pessoas têm a sensação de que as metas estão desafiadoras demais, de que não é possível subir de patamar de desempenho- afinal de contas, pensam, já se melhorou muito. Como contraponto a essa situação, a melhoria contínua, embora consagrada, nem sempre é suficiente. Muitas vezes é necessário rumar para a melhoria radical de desempenho. E o importante é que isso se relaciona à capacidade de transformação da empresa, dos seus gestores e, em especial, do seu corpo diretivo. O primeiro e essencial requisito para criação e gestão da transformação é que os altos dirigentes acreditem, de fato, que a mudança pode ser radical.
No campo da gestão existe uma crença- e seu nome é incrementalismo- cuja premissa é que tudo nas empresas acontece pouco a pouco. A crença tem seus próprios rituais e metáforas, como a analogia com os superpetroleiros: eles são lentos e grandes demais para mudar rapidamente de rumo no oceano. Superpetroleiros somente conseguem mudar de direção se o fazem lentamente, em círculos largos, e o mesmo aconteceria com empresas, particularmente as grandes, com milhares de funcionários. A maioria dos gestores brasileiros é incrementalista, conscientemente ou não. Formou-se numa era de regulamentações castradoras, dominada pela burocracia, com sistemas ineficientes e infra-estrutura ruim. A tendência era que os dogmas desse pensamento fossem validados a maior parte do tempo. Assim esses executivos se converteram à citada crença, que até hoje ainda comanda a prática de muitos deles. Não gostam de expressões como "mudança radical".
Numa economia competitiva, impulsionada pela lógica cruel dos mercados, a empresa que não se transformar com a necessária rapidez pode e vai morrer. Isso é demonstrado pela marcha lenta rumo à extinção de algumas das maiores organizações do Brasil ou da Índia como revelam os dados de minhas pesquisas em conjunto com o saudoso Sumantra Ghoshal da London Business School. Uma de minhas pesquisas revela que 44,6% de aquisições são feitas no ponto da curva onde as empresas adquiridas já haviam perdido valor. Não acreditaram e não viabilizaram a mudança radical necessária, nem ao menos tomaram a decisão de venda no momento optimum.
Ao mesmo tempo, na economia contemporânea, uma gestão determinada e atuante pode transformar uma empresa bem mais rapidamente e com muito maior eficácia do que era possível no passado. Alguns acham que para fazer esse movimento é preciso fugir do determinismo setorial - outra forte crença gerencial, talvez a mais castradora. "Como posso ser melhor se o meu setor é horroroso?", é o que ouvimos repetidas vezes de executivos de alguns setores.
Há gestores que passam a vida seguindo a lei das médias setoriais. Outros, no entanto, corajosamente indagam: "Se aquela empresa consegue ter sucesso, por que não podemos conseguir?" Esta é a mentalidade necessária para obter melhoria radical de desempenho: disposição de fazer comparações, não com os medianos ou comparáveis, mas com os melhores, para que o benchmarking sirva de inspiração e de aprendizado.
Mesmo com os patamares de câmbio atual, ou com a desfavorabilidade de seu setor, uma empresa pode conseguir elevar seu desempenho. Também o fato de ter atingido muito sucesso não deve impedi-la de mudar. É um mito comum a noção de que a mudança genuinamente radical só é possível quando se vive uma crise financeira. A crise traz consigo o questionamento da legitimidade da ordem existente (que inclui estratégia, estrutura, processos, pessoas e cultura) no jogo de poder. Remodelar o antigo dá lugar ao novo.
Aqui, vale estabelecer um conceito de crise desmistificando, por um lado, aquela de ordem financeira, porém reforçando, por outro, a importância da "crise" entendida como insatisfação ou desconforto do grupo diretivo. O ponto a ser ressaltado é que a condição sine qua non da melhoria radical não é a crise financeira, e sim a antevisão dela ou a percepção de que pode acontecer uma alavancagem. O sentimento de urgência, oriundo de percepções positivas ou negativas, está sempre presente nos processos de mudança, e só gera resultado quando as pessoas se unem para conversar sobre os desafios.
Nisso se aplica um conceito-chave: quando há o desafio do processo de mudança radical, as pessoas devem conversar, conversar e conversar. Falta criar espaços organizacionais para que elas possam "prosear" sobre suas inquietações, suas descobertas, de maneira a encontrar significado para o processo de transformação delas próprias. Se elas não mudam, verdadeiramente, no que precisam, a empresa não se transforma. Sem atingir a alma e o coração das pessoas, o dirigente não estimula a principal vantagem competitiva sustentável de sua organização. E sua organização pode não atingir a melhoria radical de desempenho.
Autor: Betania Tanure, professora da FDC- PUC Minas.
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22.6.09
1.6.09
Os quatro desafios de um presidente
Na edição de maio da Harvard Business Review saiu um artigo intitulado O Que Só o Presidente Pode Fazer. O mesmo foi escrito por A.G. Lafley, presidente da Procter & Gamble, baseado nas idéias de Peter Druker.
De acordo com o autor, são basicamente quatros as responsabilidades do presidente:
1. Definir e interpretar o exterior relevante.
2. Responder, repetidamente, à dupla questão “Qual é nosso negócio?” e “Qual não é nosso negócio?”.
3. Equilibrar resultados suficientes no presente com investimentos necessários no futuro.
4. Definir os valores e padrões da organização.
2. Responder, repetidamente, à dupla questão “Qual é nosso negócio?” e “Qual não é nosso negócio?”.
3. Equilibrar resultados suficientes no presente com investimentos necessários no futuro.
4. Definir os valores e padrões da organização.
Simples não? Parece fácil mas essas quatro responsabilidades envolvem um grande desafio para os presidentes.
Para ter alguns exemplos desses quatro desafios, clique na imagem abaixo. Uma ótima semana a todos.
18.5.09
Tank Man
Meu irmão Renato me mandou um link para o vídeo abaixo. Vale a pena lembrar-mos da imagem de um manifestante diante de uma coluna de tanques que tornou-se ícone do massacre da Paz Celestial em 1989.
O homem solitário, que jamais foi identificado, ganhou o apelido de "tank man" (o homem do tanque). A revista "Time" apontou o "tank man" como uma das cem pessoas mais influentes do século 20.
Como dizem: "O corajoso não é aquele que não tem medo, mas sim aquele que o enfrenta".
Uma ótima semana a todos.
O homem solitário, que jamais foi identificado, ganhou o apelido de "tank man" (o homem do tanque). A revista "Time" apontou o "tank man" como uma das cem pessoas mais influentes do século 20.
Como dizem: "O corajoso não é aquele que não tem medo, mas sim aquele que o enfrenta".
Uma ótima semana a todos.
12.5.09
Uma história de superação e empreendedorismo
Bem pessoal, voltei de Buenos Aires. Recomendo a todos visitarem essa cidade muito bonita. Mal cheguei já quero voltar.
Abaixo um depoimento do empreendedor Sidney Santos. Uma história interessante que nos faz refletir. Na nossa infância nos escutamos muito mais "não" do que "sim". De certa maneira isso nos reprime. O medo de fracassar, ficar sem status ou dinheiro também. Por isso eu respeito muito todos aqueles que resolvem montar seu próprio negócio. Um dia será a minha vez.
Todos dizem não
26.02.2009 - Revista Exame PME edição 17 Por Sidney Santos
Acabo de nascer. Eu, já todo enroladinho como uma salsicha empanada (os bebês das décadas passadas eram mais moles e quebravam só de olhar), sou entregue à minha mãe. E o médico solta o diagnóstico e o prognóstico: "Mãe, dificilmente este menino irá andar, nasceu com um defeito no pé direito, todinho virado para baixo e para trás, e a senhora precisa estar ciente disso".
À minha mãe, então com 25 anos e mais três filhos, podia faltar ciência, mas sobravam vontade e amor. Ela não deu ouvidos ao doutor. Buscou outros e, com 2 meses, fiz minha primeira cirurgia corretiva; com 2 anos, outra; e aos 3 já andava arrastando um gesso que usei até os 4 anos. Hoje, meu pé direito é lindo. Pelo uso excessivo do gesso na fase em que minhas pernas estavam em formação, tenho algo único que chamo de pernas dos Robertos Carlos: a esquerda do jogador, a direita do cantor. O médico disse não. O tempo disse sim. Comecei a duvidar dos que dizem não, duvidar de previsões.
Aos 10 anos, eu na escola, e a doce tia Lina era mestre em previsões, regras e porquês. Um dia ela olhou para minha forma física e mandou: "O Sidney sempre será baixinho e magrinho, já o Marcelo Pinheiro será alto e forte". Fiquei louco com aquilo, que me condenava a ser pequeno e raquítico. Marcelo Pinheiro era louro, bonito, chegava a irritar. Anos atrás, encontrei Marcelo Pinheiro. Ele me chama, eu olho para trás e lá, uns 10 centímetros abaixo, estava o próprio. Ele não cresceu, ficou tarracudo, e eu, hoje no auge do meu 1 metro e 70, preciso perder uns 5 quilos. Tia Lina, sempre certa, errou. Estou começando a não gostar de previsões, das pessoas que dizem não.
Chega minha formatura da 8a série, a única que consegui fazer. Tenho 15 anos. Na volta da festinha, meu amigo Alex comenta: "O banco Boavista está pegando". Era assim que se falava quando estavam contratando alguém. No outro dia, 23 de dezembro, acordo às 5 da manhã, coloco minha única melhor roupa e digo à minha mãe que preciso ir em busca desse emprego. Ela briga comigo, fala que estou louco, que é Natal e que no Natal ninguém contrata. No dia 7 de janeiro de 1987, estou vestindo o uniforme de contínuo do Boavista. Minha mãe estava errada. Contratam no Natal, sim.
Um ano depois, após várias promoções no banco, vi que ser gerente seria bem chato e que esse não era o meu sonho. Um dia, após ser chamado pelo diretor financeiro de uma empresa nova no Brasil para trabalhar na cobrança deles, me aconselhei com a gerente Cristina, que previu: "Sidney, esses caras são novos aqui, podem ter problemas, e aí você fica sem emprego". A empresa? Parmalat. A Cristina até acertou. Mas errou a data, e como!
Fui trabalhar como estoquista numa loja de peças de motocicletas. Algum tempo depois, passo a balconista-vendedor e recebo uma oferta para ser representante de vendas de uma indústria de motopeças. Meu melhor amigo prevê: "Você vai trocar o certo pelo incerto, aqui você tem fixo, lá só comissão. É menor de idade, não tem habilitação. E se apreendem sua moto? E se isso e se aquilo?" Com toda a irresponsabilidade, fui e já em minha primeira visita na Moto Remasa faço uma venda que garante mais que meu salário anterior. Estou achando que esse negócio de previsão não é bom mesmo. E que todos sempre dizem não.
Após um ano de muito trabalho, vendas e comissões, resolvo montar minha própria empresa. Aí foi geral. Amigos, familiares, chefes, todos diziam não: "Mas você vai montar uma empresa como? Você não tem dinheiro. Não tem conhecimento. Não tem nem maioridade. Não tem noção. Você vai perder um ótimo emprego, sair de uma boa empresa e trocar pelo quê?"
Como num flash, relembrei daquela porção de nãos e previsões furadas. Então, eu, aquele menino de 17 anos que só ouvia nãos e previsões, abri a minha empresa, a primeira de muitas e bem-sucedidas. De 1989 para cá, acumulei mais um monte de nãos, mas aprendi a acreditar em uma coisa: atitude. É uma palavra maravilhosa, pois nela mora a decisão, que transforma o querer em fazer. Acredite em você e, principalmente, em seu coração.
Abaixo um depoimento do empreendedor Sidney Santos. Uma história interessante que nos faz refletir. Na nossa infância nos escutamos muito mais "não" do que "sim". De certa maneira isso nos reprime. O medo de fracassar, ficar sem status ou dinheiro também. Por isso eu respeito muito todos aqueles que resolvem montar seu próprio negócio. Um dia será a minha vez.

26.02.2009 - Revista Exame PME edição 17 Por Sidney Santos
Acabo de nascer. Eu, já todo enroladinho como uma salsicha empanada (os bebês das décadas passadas eram mais moles e quebravam só de olhar), sou entregue à minha mãe. E o médico solta o diagnóstico e o prognóstico: "Mãe, dificilmente este menino irá andar, nasceu com um defeito no pé direito, todinho virado para baixo e para trás, e a senhora precisa estar ciente disso".
À minha mãe, então com 25 anos e mais três filhos, podia faltar ciência, mas sobravam vontade e amor. Ela não deu ouvidos ao doutor. Buscou outros e, com 2 meses, fiz minha primeira cirurgia corretiva; com 2 anos, outra; e aos 3 já andava arrastando um gesso que usei até os 4 anos. Hoje, meu pé direito é lindo. Pelo uso excessivo do gesso na fase em que minhas pernas estavam em formação, tenho algo único que chamo de pernas dos Robertos Carlos: a esquerda do jogador, a direita do cantor. O médico disse não. O tempo disse sim. Comecei a duvidar dos que dizem não, duvidar de previsões.
Aos 10 anos, eu na escola, e a doce tia Lina era mestre em previsões, regras e porquês. Um dia ela olhou para minha forma física e mandou: "O Sidney sempre será baixinho e magrinho, já o Marcelo Pinheiro será alto e forte". Fiquei louco com aquilo, que me condenava a ser pequeno e raquítico. Marcelo Pinheiro era louro, bonito, chegava a irritar. Anos atrás, encontrei Marcelo Pinheiro. Ele me chama, eu olho para trás e lá, uns 10 centímetros abaixo, estava o próprio. Ele não cresceu, ficou tarracudo, e eu, hoje no auge do meu 1 metro e 70, preciso perder uns 5 quilos. Tia Lina, sempre certa, errou. Estou começando a não gostar de previsões, das pessoas que dizem não.
Chega minha formatura da 8a série, a única que consegui fazer. Tenho 15 anos. Na volta da festinha, meu amigo Alex comenta: "O banco Boavista está pegando". Era assim que se falava quando estavam contratando alguém. No outro dia, 23 de dezembro, acordo às 5 da manhã, coloco minha única melhor roupa e digo à minha mãe que preciso ir em busca desse emprego. Ela briga comigo, fala que estou louco, que é Natal e que no Natal ninguém contrata. No dia 7 de janeiro de 1987, estou vestindo o uniforme de contínuo do Boavista. Minha mãe estava errada. Contratam no Natal, sim.
Um ano depois, após várias promoções no banco, vi que ser gerente seria bem chato e que esse não era o meu sonho. Um dia, após ser chamado pelo diretor financeiro de uma empresa nova no Brasil para trabalhar na cobrança deles, me aconselhei com a gerente Cristina, que previu: "Sidney, esses caras são novos aqui, podem ter problemas, e aí você fica sem emprego". A empresa? Parmalat. A Cristina até acertou. Mas errou a data, e como!
Fui trabalhar como estoquista numa loja de peças de motocicletas. Algum tempo depois, passo a balconista-vendedor e recebo uma oferta para ser representante de vendas de uma indústria de motopeças. Meu melhor amigo prevê: "Você vai trocar o certo pelo incerto, aqui você tem fixo, lá só comissão. É menor de idade, não tem habilitação. E se apreendem sua moto? E se isso e se aquilo?" Com toda a irresponsabilidade, fui e já em minha primeira visita na Moto Remasa faço uma venda que garante mais que meu salário anterior. Estou achando que esse negócio de previsão não é bom mesmo. E que todos sempre dizem não.
Após um ano de muito trabalho, vendas e comissões, resolvo montar minha própria empresa. Aí foi geral. Amigos, familiares, chefes, todos diziam não: "Mas você vai montar uma empresa como? Você não tem dinheiro. Não tem conhecimento. Não tem nem maioridade. Não tem noção. Você vai perder um ótimo emprego, sair de uma boa empresa e trocar pelo quê?"
Como num flash, relembrei daquela porção de nãos e previsões furadas. Então, eu, aquele menino de 17 anos que só ouvia nãos e previsões, abri a minha empresa, a primeira de muitas e bem-sucedidas. De 1989 para cá, acumulei mais um monte de nãos, mas aprendi a acreditar em uma coisa: atitude. É uma palavra maravilhosa, pois nela mora a decisão, que transforma o querer em fazer. Acredite em você e, principalmente, em seu coração.
1.5.09
Todos dizem não
Pessoal, estive viajando a trabalho e não tive tempo de atualizar o blog. Peço desculpa por isso. Abaixo um texto interessante do empreendedor e colunista da revista PEGN, Sidney Santos. Quantos "nãos" nós já levamos na vida? Vale a refexão.
Todos dizem não
26.02.2009 - Revista Exame PME edição 17
Por Sidney Santos
Acabo de nascer. Eu, já todo enroladinho como uma salsicha empanada (os bebês das décadas passadas eram mais moles e quebravam só de olhar), sou entregue à minha mãe. E o médico solta o diagnóstico e o prognóstico: "Mãe, dificilmente este menino irá andar, nasceu com um defeito no pé direito, todinho virado para baixo e para trás, e a senhora precisa estar ciente disso".
À minha mãe, então com 25 anos e mais três filhos, podia faltar ciência, mas sobravam vontade e amor. Ela não deu ouvidos ao doutor. Buscou outros e, com 2 meses, fiz minha primeira cirurgia corretiva; com 2 anos, outra; e aos 3 já andava arrastando um gesso que usei até os 4 anos. Hoje, meu pé direito é lindo. Pelo uso excessivo do gesso na fase em que minhas pernas estavam em formação, tenho algo único que chamo de pernas dos Robertos Carlos: a esquerda do jogador, a direita do cantor. O médico disse não. O tempo disse sim. Comecei a duvidar dos que dizem não, duvidar de previsões.
Aos 10 anos, eu na escola, e a doce tia Lina era mestre em previsões, regras e porquês. Um dia ela olhou para minha forma física e mandou: "O Sidney sempre será baixinho e magrinho, já o Marcelo Pinheiro será alto e forte". Fiquei louco com aquilo, que me condenava a ser pequeno e raquítico. Marcelo Pinheiro era louro, bonito, chegava a irritar. Anos atrás, encontrei Marcelo Pinheiro. Ele me chama, eu olho para trás e lá, uns 10 centímetros abaixo, estava o próprio. Ele não cresceu, ficou tarracudo, e eu, hoje no auge do meu
1 metro e 70, preciso perder uns 5 quilos. Tia Lina, sempre certa, errou. Estou começando a não gostar de previsões, das pessoas que dizem não.
Chega minha formatura da 8a série, a única que consegui fazer. Tenho 15 anos. Na volta da festinha, meu amigo Alex comenta: "O banco Boavista está pegando". Era assim que se falava quando estavam contratando alguém. No outro dia, 23 de dezembro, acordo às 5 da manhã, coloco minha única melhor roupa e digo à minha mãe que preciso ir em busca desse emprego. Ela briga comigo, fala que estou louco, que é Natal e que no Natal ninguém contrata. No dia 7 de janeiro de 1987, estou vestindo o uniforme de contínuo do Boavista. Minha mãe estava errada. Contratam no Natal, sim.
Um ano depois, após várias promoções no banco, vi que ser gerente seria bem chato e que esse não era o meu sonho. Um dia, após ser chamado pelo diretor financeiro de uma empresa nova no Brasil para trabalhar na cobrança deles, me aconselhei com a gerente Cristina, que previu: "Sidney, esses caras são novos aqui, podem ter problemas, e aí você fica sem emprego". A empresa? Parmalat. A Cristina até acertou. Mas errou a data, e como!
Fui trabalhar como estoquista numa loja de peças de motocicletas. Algum tempo depois, passo a balconista-vendedor e recebo uma oferta para ser representante de vendas de uma indústria de motopeças. Meu melhor amigo prevê: "Você vai trocar o certo pelo incerto, aqui você tem fixo, lá só comissão. É menor de idade, não tem habilitação. E se apreendem sua moto? E se isso e se aquilo?" Com toda a irresponsabilidade, fui e já em minha primeira visita na Moto Remasa faço uma venda que garante mais que meu salário anterior. Estou achando que esse negócio de previsão não é bom mesmo. E que todos sempre dizem não.
Após um ano de muito trabalho, vendas e comissões, resolvo montar minha própria empresa. Aí foi geral. Amigos, familiares, chefes, todos diziam não: "Mas você vai montar uma empresa como? Você não tem dinheiro. Não tem conhecimento. Não tem nem maioridade. Não tem noção. Você vai perder um ótimo emprego, sair de uma boa empresa e trocar pelo quê?"
Como num flash, relembrei daquela porção de nãos e previsões furadas. Então, eu, aquele menino de 17 anos que só ouvia nãos e previsões, abri a minha empresa, a primeira de muitas e bem-sucedidas. De 1989 para cá, acumulei mais um monte de nãos, mas aprendi a acreditar em uma coisa: atitude. É uma palavra maravilhosa, pois nela mora a decisão, que transforma o querer em fazer. Acredite em você e, principalmente, em seu coração.
Todos dizem não
26.02.2009 - Revista Exame PME edição 17
Por Sidney Santos
Acabo de nascer. Eu, já todo enroladinho como uma salsicha empanada (os bebês das décadas passadas eram mais moles e quebravam só de olhar), sou entregue à minha mãe. E o médico solta o diagnóstico e o prognóstico: "Mãe, dificilmente este menino irá andar, nasceu com um defeito no pé direito, todinho virado para baixo e para trás, e a senhora precisa estar ciente disso".
À minha mãe, então com 25 anos e mais três filhos, podia faltar ciência, mas sobravam vontade e amor. Ela não deu ouvidos ao doutor. Buscou outros e, com 2 meses, fiz minha primeira cirurgia corretiva; com 2 anos, outra; e aos 3 já andava arrastando um gesso que usei até os 4 anos. Hoje, meu pé direito é lindo. Pelo uso excessivo do gesso na fase em que minhas pernas estavam em formação, tenho algo único que chamo de pernas dos Robertos Carlos: a esquerda do jogador, a direita do cantor. O médico disse não. O tempo disse sim. Comecei a duvidar dos que dizem não, duvidar de previsões.
Aos 10 anos, eu na escola, e a doce tia Lina era mestre em previsões, regras e porquês. Um dia ela olhou para minha forma física e mandou: "O Sidney sempre será baixinho e magrinho, já o Marcelo Pinheiro será alto e forte". Fiquei louco com aquilo, que me condenava a ser pequeno e raquítico. Marcelo Pinheiro era louro, bonito, chegava a irritar. Anos atrás, encontrei Marcelo Pinheiro. Ele me chama, eu olho para trás e lá, uns 10 centímetros abaixo, estava o próprio. Ele não cresceu, ficou tarracudo, e eu, hoje no auge do meu
1 metro e 70, preciso perder uns 5 quilos. Tia Lina, sempre certa, errou. Estou começando a não gostar de previsões, das pessoas que dizem não.
Chega minha formatura da 8a série, a única que consegui fazer. Tenho 15 anos. Na volta da festinha, meu amigo Alex comenta: "O banco Boavista está pegando". Era assim que se falava quando estavam contratando alguém. No outro dia, 23 de dezembro, acordo às 5 da manhã, coloco minha única melhor roupa e digo à minha mãe que preciso ir em busca desse emprego. Ela briga comigo, fala que estou louco, que é Natal e que no Natal ninguém contrata. No dia 7 de janeiro de 1987, estou vestindo o uniforme de contínuo do Boavista. Minha mãe estava errada. Contratam no Natal, sim.
Um ano depois, após várias promoções no banco, vi que ser gerente seria bem chato e que esse não era o meu sonho. Um dia, após ser chamado pelo diretor financeiro de uma empresa nova no Brasil para trabalhar na cobrança deles, me aconselhei com a gerente Cristina, que previu: "Sidney, esses caras são novos aqui, podem ter problemas, e aí você fica sem emprego". A empresa? Parmalat. A Cristina até acertou. Mas errou a data, e como!
Fui trabalhar como estoquista numa loja de peças de motocicletas. Algum tempo depois, passo a balconista-vendedor e recebo uma oferta para ser representante de vendas de uma indústria de motopeças. Meu melhor amigo prevê: "Você vai trocar o certo pelo incerto, aqui você tem fixo, lá só comissão. É menor de idade, não tem habilitação. E se apreendem sua moto? E se isso e se aquilo?" Com toda a irresponsabilidade, fui e já em minha primeira visita na Moto Remasa faço uma venda que garante mais que meu salário anterior. Estou achando que esse negócio de previsão não é bom mesmo. E que todos sempre dizem não.
Após um ano de muito trabalho, vendas e comissões, resolvo montar minha própria empresa. Aí foi geral. Amigos, familiares, chefes, todos diziam não: "Mas você vai montar uma empresa como? Você não tem dinheiro. Não tem conhecimento. Não tem nem maioridade. Não tem noção. Você vai perder um ótimo emprego, sair de uma boa empresa e trocar pelo quê?"
Como num flash, relembrei daquela porção de nãos e previsões furadas. Então, eu, aquele menino de 17 anos que só ouvia nãos e previsões, abri a minha empresa, a primeira de muitas e bem-sucedidas. De 1989 para cá, acumulei mais um monte de nãos, mas aprendi a acreditar em uma coisa: atitude. É uma palavra maravilhosa, pois nela mora a decisão, que transforma o querer em fazer. Acredite em você e, principalmente, em seu coração.
30.3.09
Desafios
Não gosto muito de historinhas que tentam passar lições de moral. Normalmente acho todas bem superficiais. Prefiro ler um bom livro de negócios ou de filosofia, a gente aprende muito mais.
Fugindo a regra, segue um texto que achei simpático. Enviado pelo Adelso, coordenador de marketing da Algar Tecnologia
Peixe Fresco
Os japoneses sempre adoraram peixe fresco. Porém, as águas perto do Japão
não produzem muitos peixes há décadas. Assim, para alimentar a sua
população, os japoneses aumentaram o tamanho dos navios pesqueiros e começaram a
pescar mais longe do que nunca.
Quanto mais longe os pescadores iam, mais tempo levava para o peixe chegar.
Se a viagem de volta levasse mais do que alguns dias, o peixe já não era
mais fresco. E os japoneses não gostaram do gosto destes peixes.
Para resolver este problema, as empresas de pesca instalaram congeladores
em seus barcos. Eles pescavam e congelavam os peixes em alto-mar. Os
congeladores permitiram que os pesqueiros fossem mais longe e ficassem em alto mar por
muito mais tempo..
Os japoneses conseguiram notar a diferença entre peixe fresco e peixe
congelado e, é claro, eles não gostaram do peixe congelado. Entretanto, o peixe
congelado tornou os preços mais baixos.
Então, as empresas de pesca instalaram tanques de peixe nos navios
pesqueiros.
Eles podiam pescar e enfiar esses peixes nos tanques, como "sardinhas".
Depois de certo tempo, pela falta de espaço, eles paravam de se debater
e não se moviam mais. Eles chegavam vivos, porém cansados e abatidos.
Infelizmente, os japoneses ainda podiam notar a diferença do gosto. Por
não se mexerem por dias, os peixes perdiam o gosto de frescor. Os
consumidores japoneses preferiam o gosto de peixe fresco e não o gosto de peixe apático..
Como os japoneses resolveram este problema? Como eles conseguiram trazer
ao Japão peixes com gosto de puro frescor?
Se você estivesse dando consultoria para a empresa de pesca, o que você
recomendaria?
Antes da resposta, leia o que vem abaixo:
Quando as pessoas atingem seus objetivos - tais como: quando encontram
uma namorada maravilhosa, quando começam com sucesso numa empresa nova,
quando pagam todas as suas dívidas, ou o que quer que seja, elas podem
perder as suas paixões.
Elas podem começar a pensar que não precisam mais trabalhar tanto, então,
relaxam. Elas passam pelo mesmo problema dos ganhadores de loteria, que
gastam todo seu dinheiro, o mesmo problema de herdeiros, que nunca crescem,
e de donas-de-casa, entediadas, que ficam dependentes de remédios de tarja
preta.
Para esses problemas, inclusive no caso dos peixes dos japoneses, a solução
é bem simples..
L. Ron Hubbard observou, no começo dos anos 50:
"O homem progride, estranhamente, somente perante a um ambiente
desafiador".
Quanto mais inteligente, persistente e competitivo você é, mais você gosta
de um bom problema.
Se seus desafios estão de um tamanho correto e você consegue, passo a
passo, conquistar esses desafios, você fica muito feliz.
Você pensa em seus desafios e se sente com mais energia.
Você fica excitado e com vontade de tentar novas soluções.
Você se diverte.
Você fica vivo!
Para conservar o gosto de peixe fresco, as empresas de pesca japonesas
ainda colocam os peixes dentro de tanques, nos seus barcos.
Mas, eles também adicionam um pequeno tubarão em cada tanque. O tubarão
come alguns peixes, mas a maioria dos peixes chega "muito vivo".
E fresco no desembarque. Tudo porque os peixes são desafiados, lá nos
tanques.
Portanto, como norma de vida, ao invés de evitar desafios, pule dentro
deles.
Massacre-os.
Curta o jogo.
Se seus desafios são muito grandes e numerosos, não desista, se reorganize!
Busque mais determinação, mais conhecimento e mais ajuda.
Se você alcançou seus objetivos, coloque objetivos maiores.
Uma vez que suas necessidades pessoais ou familiares forem atingidas, vá
ao encontro dos objetivos do seu grupo, da sociedade e, até mesmo, da
humanidade.
Crie seu sucesso pessoal e não se acomode nele.
Você tem recursos, habilidades e destrezas para fazer a diferença..
"Ponha um tubarão no seu tanque e veja quão longe você realmente pode
chegar".
Fugindo a regra, segue um texto que achei simpático. Enviado pelo Adelso, coordenador de marketing da Algar Tecnologia
Peixe Fresco
Os japoneses sempre adoraram peixe fresco. Porém, as águas perto do Japão
não produzem muitos peixes há décadas. Assim, para alimentar a sua
população, os japoneses aumentaram o tamanho dos navios pesqueiros e começaram a
pescar mais longe do que nunca.
Quanto mais longe os pescadores iam, mais tempo levava para o peixe chegar.
Se a viagem de volta levasse mais do que alguns dias, o peixe já não era
mais fresco. E os japoneses não gostaram do gosto destes peixes.
Para resolver este problema, as empresas de pesca instalaram congeladores
em seus barcos. Eles pescavam e congelavam os peixes em alto-mar. Os
congeladores permitiram que os pesqueiros fossem mais longe e ficassem em alto mar por
muito mais tempo..
Os japoneses conseguiram notar a diferença entre peixe fresco e peixe
congelado e, é claro, eles não gostaram do peixe congelado. Entretanto, o peixe
congelado tornou os preços mais baixos.
Então, as empresas de pesca instalaram tanques de peixe nos navios
pesqueiros.
Eles podiam pescar e enfiar esses peixes nos tanques, como "sardinhas".
Depois de certo tempo, pela falta de espaço, eles paravam de se debater
e não se moviam mais. Eles chegavam vivos, porém cansados e abatidos.
Infelizmente, os japoneses ainda podiam notar a diferença do gosto. Por
não se mexerem por dias, os peixes perdiam o gosto de frescor. Os
consumidores japoneses preferiam o gosto de peixe fresco e não o gosto de peixe apático..
Como os japoneses resolveram este problema? Como eles conseguiram trazer
ao Japão peixes com gosto de puro frescor?
Se você estivesse dando consultoria para a empresa de pesca, o que você
recomendaria?
Antes da resposta, leia o que vem abaixo:
Quando as pessoas atingem seus objetivos - tais como: quando encontram
uma namorada maravilhosa, quando começam com sucesso numa empresa nova,
quando pagam todas as suas dívidas, ou o que quer que seja, elas podem
perder as suas paixões.
Elas podem começar a pensar que não precisam mais trabalhar tanto, então,
relaxam. Elas passam pelo mesmo problema dos ganhadores de loteria, que
gastam todo seu dinheiro, o mesmo problema de herdeiros, que nunca crescem,
e de donas-de-casa, entediadas, que ficam dependentes de remédios de tarja
preta.
Para esses problemas, inclusive no caso dos peixes dos japoneses, a solução
é bem simples..
L. Ron Hubbard observou, no começo dos anos 50:
"O homem progride, estranhamente, somente perante a um ambiente
desafiador".
Quanto mais inteligente, persistente e competitivo você é, mais você gosta
de um bom problema.
Se seus desafios estão de um tamanho correto e você consegue, passo a
passo, conquistar esses desafios, você fica muito feliz.
Você pensa em seus desafios e se sente com mais energia.
Você fica excitado e com vontade de tentar novas soluções.
Você se diverte.
Você fica vivo!
Para conservar o gosto de peixe fresco, as empresas de pesca japonesas
ainda colocam os peixes dentro de tanques, nos seus barcos.
Mas, eles também adicionam um pequeno tubarão em cada tanque. O tubarão
come alguns peixes, mas a maioria dos peixes chega "muito vivo".
E fresco no desembarque. Tudo porque os peixes são desafiados, lá nos
tanques.
Portanto, como norma de vida, ao invés de evitar desafios, pule dentro
deles.
Massacre-os.
Curta o jogo.
Se seus desafios são muito grandes e numerosos, não desista, se reorganize!
Busque mais determinação, mais conhecimento e mais ajuda.
Se você alcançou seus objetivos, coloque objetivos maiores.
Uma vez que suas necessidades pessoais ou familiares forem atingidas, vá
ao encontro dos objetivos do seu grupo, da sociedade e, até mesmo, da
humanidade.
Crie seu sucesso pessoal e não se acomode nele.
Você tem recursos, habilidades e destrezas para fazer a diferença..
"Ponha um tubarão no seu tanque e veja quão longe você realmente pode
chegar".
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