3.11.11

Mudamos para...


Caros amigos e leitores,

No dia 13 de dezembro de 2006 lancei o meu blog sementesestrategicas.blogspot.com. Desde então venho publicando semanalmente notícias e artigos sobre o mundo do negócios. Com o tempo o blog conseguiu notoriedade conquistando leitores espalhados pelo Brasil.

O que começou com um hobby tornou-se um projeto de vida. Após vários anos trabalhando em grandes empresas, resolvi lançar a minha empresa de consultoria. Nada mais lógico do que aproveitar esses anos de presença na web onde o nome Sementes Estratégicos é relativamente conhecido.

Por isso, estamos lançando hoje o site www.sementeestrategica.com.br. A partir de agora, todas as atualizações serão feitas nesse site. Mais do que criar um site institucional e estático, preferi optar pelo formato de blog, pois o que mais vejo nas empresas é a necessidade de informações que as ajudem no desenvolvimento de seus negócios.  

Convido aos meus leitores, a partir de hoje, a seguirem www.sementeestrategica.com.br. Fiquem a vontade para sugerirem alterações e mandarerm materiais interessantes.

E antes que me esqueça, faremos em breve alguns sorteios para comemorar essa mudança.

Atenciosamente,

Flávio A. Oliveira
Editor/Consultor

28.10.11

Breve novidades



Caros leitores, estamos preparando algumas novidades para você no mês de novembro. Aguardem...

26.10.11

As empresas que mais gastam em inovação

Interessante ver que, mesmo com a economia mundial em crise, as empresas multinacionais continuam aumentando os investimentos em inovação. Conheço várias empresas brasileiras que, para entregar a última linha, cortam custos, principalmente em formação de pessoas e inovação. Sacrificam o longo prazo em prol do curto. 


Quando irão perceber que a corrida pela inovação se assemelha mais a uma maratona do que uma corrida de velocidade? É necessário um tempo maior e manter um ritmo constante para se chagar lá. 


As empresas que mais gastam em inovação 
Fonte: Exame.com - 25/10/2011 


São Paulo – A Global Innovation 1000, pesquisa elaborada pela consultoria Booz&Company, revela quem são as empresas que mais concentraram recursos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) em 2010. A Roche Holding AG levou a primeira posição, seguida pela Pfizer, Novartis, Merck e Toyota. 


O estudo mostra ainda que as 1000 empresas de capital aberto que participam do levantamento aumentaram em quase 9,5% os investimentos na área de inovação em relação ao ano anterior. No que diz respeito aos segmentos que mais gastaram com P&D, a liderança permanece com o setor de informática (28%), seguido pela saúde (22%) e automotivo (15%). 


Segundo a consultoria, os números são promissores e indicam que as empresas deixaram pra trás a estratégia de corte de investimentos observada em 2009, e voltaram a gastar em novas ideias. O retorno à trajetória positiva é, entretanto, capcioso. “O crescimento do P&D de 2010 confirma um compromisso contínuo com o investimento. No entanto, grande parte do crescimento é atribuído ao fato de que as empresas estão tentando recuperar o atraso”, explica Ivan de Souza, presidente da Booz Company para a América Latina. 


As 10 empresas que mais investiram em P&D no ano passado: 


Apesar do diagnóstico, a volta a um patamar de crescimento pré-crise não deixa de ser um bom indicador e até mesmo o Brasil conta com bons números. De acordo com a pesquisa, quatro das cinco representantes canarinhas na lista - CPFL Energia, Embraer, Petroleo Brasileiro, Totvs, ampliaram investimentos em P&D, de 1,9 bilhão de dólares em 2009 para 2,1 bilhões de dólares em 2010. A Vale foi a única brasileira a reduzir investimentos no setor, de 1,115 bilhão de dólares para 891 milhões de dólares. 


Porém, assinar mais cheques e gastar mais dinheiro que a concorrência não é, necessariamente, sinônimo de sucesso quando o assunto é criatividade e inovação. A pesquisa levantou que dentre empresas consideradas pelos entrevistados como as mais efetivamente inovadoras do mundo, apenas três (Microsoft, Toyota e Samsung) figuram entre as que gastam mais. Confira:


LugarEmpresa
Roche Holding
Pfizer
Novartis
Microsoft
Merck
Toyota
Samsung
Nokia
General Motors
10ºJohnson & Johnso
As 10 empresas consideradas mais inovadoras:
LugarEmpresa
Apple
Google
3M
GE
Microsoft
IBM
Samsung
P&G
Toyota
10ºFacebook

24.10.11

Batalhas das marcas 01

Grandes marcas possuem grandes concorrentes. Veja que trabalho legal onde o autor Stefan Asafti mistura as coisas.


Na verdade, muito do que uma empresa se torna é graças aos seus concorrentes.












19.10.11

São seus funcionários que definem a sua marca



Mesmo os mais bem orquestrados esforços de branding podem ser sabotados por um único funcionário mal treinado. Na linha de frente os funcionários são cruciais para a autenticidade de sua marca.


Quando possível, fale com seus clientes e pergunte sobre seus serviços e atendimento.

Ter funcionários que falam a mesma língua e partilham dos mesmos valores é importantíssimo para reforçar a imagem da sua marca.

17.10.11

Conceito do design thinking entra na pauta da criação

Entrei em contato pela primeira vez com o conceito de desig thinking dois anos atrás. Parece que finalmente esta metodologia está ganhando espaço.


Vamos ver se emplaca ou é apenas um modismo.


Conceito do design thinking entra na pauta da criação
Valor Econômico - 10/10/2011


O conceito de design thinking está entrando no universo brasileiro da criação. O termo foi cunhado há cerca de cinco anos pela Ideo, empresa de design de Palo Alto, na Califórnia, para definir o método de inovação e design que foca na compreensão, por meio da observação direta, das coisas que as pessoas gostam ou não gostam, querem e precisam, ainda que elas não tenham consciência disso.


Há pelo menos três anos o design thinking vem sendo empregado por companhias inovadoras brasileiras em áreas que vão do desenvolvimento de produtos e serviços a processos de implementação de software e inovação social. A própria Ideo atende empresas brasileiras como a Positivo, que já desenvolveu quatro produtos com esta técnica, e o Itaú, que está conduzindo uma amplo esforço de inovação em diversas áreas.


Mas começam a surgir no país empresas especializadas, como a Design Echos, que atua na área de inovação social e desenvolveu um projeto para a Fundação Telefónica, e a MJV, que participa de alguns projetos do Itaú, desenvolveu para a Seguradora Mapfre um projeto de inovação em atendimento e serviços para segurados do ramo de automóveis, e está iniciando com a Mills um projeto para implantação do SAP.


Segundo Ysmar Vianna e Silva, presidente da MJV, o design thinking permite aplicar os processos que os designers utilizam no desenvolvimento de projetos para resolver problemas corporativos. Isso envolve buscar as necessidades das pessoas a serem impactadas pelo produto, processo ou modelo de negócio. "Trata-se de um mergulho em pessoas por meio de observação de etnografia, que é uma maneira de fazer pesquisa de antropologia cultural, diferentemente de pesquisas quantitativa e qualitativa", diz.


Em um projeto de design thinking, uma equipe multidisciplinar vai a campo para observar o comportamento das pessoas e interagir com elas. Desta observação são gerados insights e criados modelos multimídia. As ideias têm que passar pelo crivo da verificação, por meio da criação de protótipos que são validados com pesquisas de campo novamente.


A Design Echos teve o desafio colocado pela Fundação Telefónica de em oito dias coordenar o desenvolvimento do projeto para a sede do programa Lua Nova, que abriga meninas de rua que já são mães e estão em situação de risco social. O design thinking foi utilizado para coordenar o trabalho dos dois arquitetos e 12 estudantes de arquitetura que foram a campo conversar com as meninas e levantar todas as necessidades. "Usamos os conceitos de empatia, colaboração, co-criação e experimentação como preconiza o conceito, pesquisando o contexto das meninas. O objetivo era ter uma abordagem mais humana para projetar que soluções fariam sentido para elas", diz Ricardo Ruffo, presidente da Design Echos.


Na Mapfre o conceito foi adotado em uma estratégia de inovação e diferenciação. Segundo, Paulo Rossi, diretor de marketing, a ideia era acabar com a imagem de que o setor de seguros é uma indústria que 'não entrega o produto'. Para ele, muito dessa percepção negativa é porque as pessoas não sabem o que efetivamente contratam.


A empresa reuniu uma equipe de advogados, sociólogos, antropólogos, designers, atuários, profissionais de marketing e de desenvolvimento de produtos para conduzir o projeto Mapfre 2016, que vai consumir R$ 100 milhões em cinco anos. Essa equipe foi in loco verificar o que acontece quando o cliente precisa usar o seguro - observando o comportamento nos locais do acidente, em oficinas e nos reboques.


O primeiro projeto, o Traduzindo o Segurês, resultou em um modelo de apólice multimídia, com imagens e um kit de bolso com todos os passos que o segurado precisa dar a partir do momento do acidente. Outra iniciativa foi criar para cada um dos 1,5 milhão de segurados de automóveis uma página exclusiva na internet com private URL, com todas as informações referentes a sua apólice. O projeto entrou no ar em março e foi premiado com o Top de Marketing da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB).


A Mills, que atua com aluguel e vendas de equipamentos para o segmento de infraestrutura, utilizou o design thinking para aproveitar a implantação do novo sistema de gestão empresarial SAP, para impregnar na empresa uma cultura de inovação. "Precisávamos de um instrumental metodológico que nos permitisse antecipar situações, evitando erros comuns em projetos desta natureza, em que se despreza a perspectiva humana e principalmente a dos nossos clientes", diz Alexandre Muniz, gestor de TI da Mills. No projeto, uma equipe multidisciplinar vai simular experiências, encorajando os usuários a colaborar no desenvolvimento de melhorias.


A Positivo começou a trabalhar com a Ideo há quatro anos. Segundo Adriana Flores, diretora de desenvolvimento de produtos, o design thinking foi usado, entre outras áreas, no desenvolvimento do tablet YpY, lançado em setembro, e que consumiu 20 meses de pesquisas sobre o comportamento do consumidor. A partir desse trabalho a Positivo criou o Human Lab, um laboratório para pesquisas e prototipação com consumidores.

10.10.11

Indicação de leitura

Ainda não acabei de ler, mas estou maravilhado com o livro Encantamento - A Arte de Modificar Corações Mentes e Ações. O livro é de uma simplicidade, mas ao mesmo tempo, de uma profundidade enorme.


Recomendo a leitora principalmente para empreendedores e profissionais de marketing.


Uma ótima semana a todos.


Sinopse:


Encantamento, como o define Guy Kawasaki, guru bestseller do setor empresarial, não envolve a manipulação das pessoas, mas sim a transformação de situações e relacionamentos. Converte a hostilidade em civilidade e a civilidade em afinidade. É responsável por converter os céticos e os cínicos em adeptos e os indecisos em partidários fiéis.


O Encantamento pode ocorrer durante uma transação no varejo, uma negociação no mais elevado nível corporativo, ou em uma atualização do Facebook. Quando praticado de forma correta, torna-se mais poderoso do que a persuasão, a influência ou as técnicas de marketing tradicionais.


7.10.11

Aprendendo a relcamar

Acredito que nós brasileiros, influenciados pelas redes sociais, estamos reclamando mais quando não somos bem atendidos.


Nas redes sociais (mundo virtual) se tornou um hábito devido a facilidade. Sem dúvida isso vem nos influenciando no mundo real.


A foto ilustra o que estou dizendo:


3.10.11

Forças que formam a criatividade

Saiu no jornal Valor Econômico do dia 28 de setembro o quadro abaixo que mostra, de acordo com o professor de psicologia Dean K. Simonton da Universidade da Califórnia, o que ajuda e atrapalha a criatividade.


28.9.11

11a Mostra Algar Inovação

Quem estiver em Uberlândia e quiser conhecer melhor algumas das iniciativas de inovação das empresas do Grupo Alga, vale a penha visitar essa mostra.



21.9.11

Livro De Onde Vem as Boas Ideias

Para quem gostou do vídeo do post anterior, o mesmo é baseado em um livro que teve ótimas recomendações nos EUA e que agora foi publicado no Brasil. 


Não li mas está na minha lista.


18.9.11

Vídeo mostrando de onde as boas idéias vêm

O vídeo abaixo é um resumo de um livro que tenta explicar de onde vêm as boas idéias. Bem interessante, não acham?

14.9.11

Indicação de livro

Para quem se interessar pelo tema Cultura Corporativa recomendo a leitura do livro Guia de Sobrevivência da Cultura Corporativa. O autor aborda de forma séria e profunda o tema Cultura Organizacional.


No mercado brasileiro não há muitos livros sérios sobre esse assunto. O autor foge de análises superficiais e fórmulas mágicas.


Recomendo a leitura. Muito bom.


Abaixo segue a sinopse dessa obra: 


Cada povo constrói a sua cultura ao longo da sua história. Do mesmo modo, cada empresa constrói culturas bem peculiares. O consultor norte-americano Edgar H. Schein apresenta neste livro algumas soluções que facilitam o processo de mudança nas empresas e mostra como é possível integrar diferentes culturas organizacionais.

12.9.11

Infográfico: Conectado e produtivo

Veja como as redes sociais têm tirado a produtividade dos brasileiros e americanos e confira dicas de como não perder a produtividade.
Fonte: HSM.com.br 


Clique na imagem para ampliá-la: 



9.9.11

Marketing em caminhões

Dá para ver que é montagem, mas não deixa de ser uma ótima ideia.










Enviado pelo meu amigo Rodrigo Gimenez.

2.9.11

Voltando a ser criança para inovar

Cada vez mais a inovação é tema central nas discussões das empresas. 


Recentemente, na revisão planejamento estratégico da empresa que trabalho, o tema inovação mereceu destaque. 


Um dos 4 objetivos estratégicos definidos pela empresa foi: “Ter a Inovação como parte do DNA”. 


Para inovar é importante tentarmos voltar a ser crianças. Por quê?


- Crianças são inquietas, não param;
- São curiosas, sempre buscam descobrir coisas novas;
- Sempre perguntam “o quê” e “por quê”;
- Crianças são criativas;
- Experimentam, mesmo quando os adultos falam “não” ou mesmo se machucando;
- Não tem medo de errar ou de fazer papel de ridículo.


Todos esses comportamentos colaboram para a inovação.

Infelizmente quando a criança cresce, ela é podada pela escola, família, colegas de trabalho, etc. Nós escutamos muitos “nãos” durante nosso crescimento, o que contribui para sermos adultos mais conformados, menos criativos ou curiosos.


Por isso, nesse mundo de grandes e rápidas mudanças, precisamos nos adaptar e inovar. Voltar a ser criança, pelo menos uma parte do dia, pode ser um caminho interessante e agradável para sermos mais inovadores.


Volte a ser criança com a mente aberta para a inovação e a criatividade, mas considere toda a experiência acumulada ao longo de sua vida.


Volte a ser criança questionando o óbvio, mas lembre-se que a sua responsabilidade agora é bem maior em relação ao seu mundo, pessoal e profissional. 


E então, aceita o convite?


Flávio Augusto de Oliveira
Assessor de Planejamento, Professor de MBAs e Consultor

29.8.11

Steve Jobs na revista Times

Steve Jobs, que recentemente renunciou ao cargo de CEO da Apple, foi responsável por grandes produtos. Particularmente eu adoro o IPhone. Como uma forma de resumir sua brilhante carreira, segue abaixo um série de capas da Times nas quais Steve Jobs apareceu.


Isso é para poucos.


24.8.11

De volta com indicações de livros

Estamos de volta das férias com gás total. Teremos muitas novidades em breve.


Para começar, republico aqui um email que recebi com grandes dicas de livros. Vou correr para comprá-los.
Flávio,


De vez em quando dou uma visitada no seu blog. Ele é bem interessante.
Como você gosta de livros, te recomendo "Desafio aos Deuses". Conta a história e a evolução do Risco. Importante para entender o que é Risco além de ser uma leitura bem prazerosa.
Outro livro: "O Andar do bêbado". Esse é um pouco polêmico, mas não deixa de ser interessante. Procura atribuir boa parte dos acontecimentos ao acaso. Questiona o quanto nós procuramos teorias e explicações para os acontecimentos que seriam mero acaso.

Abraços,

Fernando

1.8.11

Férias

Caros leitores, aproveito que hoje entro de férias do meu emprego para entrar também do blog.


Volto a escrever depois do dia 20 agosto. 


Abraço.


25.7.11

As 10 empresas mais inovadoras

A revista norte-americana Forbes lançou seu ranking das 10 empresas mais inovadoras do mundo.


Para minha surpresa a Natura, empresa brasileira de cosméticos, ficou em oitavo lugar.


Bacana, não acham?
Se quiser saber um pouco mais sobre esse ranking, clique AQUI.

18.7.11

33 tendências que vão mudar o trabalho

Gostei do gráfico abaixo que mostram as 33 tendências que irão mudar o trabalho (material que saiu na revista Você SA).


Será que vai acontecer tudo isso mesmo? Tenho as minhas dúvidas.


13.7.11

Vídeo liderança tribal nos negócios

No vídeo abaixo, David Logan, professor de administração de negócios, fala sobre os cinco tipos de tribos que seres humanos formam naturalmente. Pelo entendimento das tendências tribais que compartilhamos, podemos levar uns aos outros a ser melhores indivíduos.


Estou acabando de ler o livro sobre esse assunto interessante e recomendo.

11.7.11

4.7.11

Encontro com Clemente Nobrega

Semana passada tive a oportunidade de conhecer o escritor/consultor Clemente Nobrea.


Li alguns livros dele e vários artigos. Gosto muito das suas obras e sou um grande admirador desse profissional.


Conversamos sobre os livros e sobre inovação. Ele é uma pessoa bastante simpática. Aproveitei o momento e claro, pedi para tirar uma foto.


Quem quiser conhecer um pouco mais sobre esse grande autor, acesse: www.clementenobrega.com.br



27.6.11

Era do conhecimento exige novas formas de motivação

Nos últimos meses estou dedicando as minhas leituras de negócios para o assunto motivação. Como motivar as pessoas?


Muitas vezes elaboramos planos estratégicos maravilhosos mas quando vamos executá-los, nada acontece. As pessoas ignoram ou simplesmente não conseguem executar o que foi combinado.


Por que isso acontece? Interessante, não acha?


Bom, nessas minhas leituras me deparei com o livro do Daniel Pink que já mecnionei aqui (Motivação 3.0). Como ele vem ao Brasil, recentemente foi entrevistado pelo jornal Valor Econômico. Veja o que ele falou sobre esse instigante assunto:




Era do conhecimento exige novas formas de motivação
Valor Econômico - 15/06/2011


Para Daniel Pink, empresas têm dificuldade em atrair e reter talentos pois os tratam como trabalhadores do Século XIX
Daniel Pink seguiu à risca o que vem disseminando em seus livros desde os anos 1990. Depois que deixou o trabalho no governo do presidente Bill Clinton, onde era um dos principais redatores dos discursos de Al Gore, seguiu carreira solo e passou a gerir o próprio destino. Como "agente livre" - termo criado em sua primeira obra par
a designar aqueles que decidem agir por conta própria quando o assunto é trabalho- vendeu mais de um milhão de exemplares de seus quatro livros, traduzidos para 31 línguas. Além disso, é editor colaborador da revista Wired.
Seu livro mais recente, "Motivação 3.0", lançado em 2010 (Editora Campus), fala sobre o que move os profissionais na era do conhecimento. Para Pink, eles não se interessam apenas por dinheiro, embora pagar bem signifique liberar o funcionário da preocupação com a conta bancária em prol de um pensamento mais criativo e focado no trabalho. O escritor vai estar no Brasil pela primeira vez no dia 29 de junho no Fórum HSM Inovação e Crescimento. Antes de embarcar, ele concedeu uma entrevista exclusiva ao Valor de seu escritório, o Pink Inc. A seguir os principais trechos da entrevista:


Valor: O que mudou no mundo corporativo desde que "Free Agent Nation", seu primeiro livro, foi publicado?


Daniel Pink: Algumas mudanças importantes aconteceram nesses dez anos. Não existiam as redes sociais, os blogs, o Facebook. Os celulares já eram usados, mas sua penetração era muito diferente. No Brasil, hoje existem mais aparelhos do que habitantes. Os avanços tecnológicos ajudaram a aumentar o poder do indivíduo. Como não existe mais a ilusão do trabalho para vida toda, é preciso usar mais instrumentos disponíveis para desenvolver o próprio trabalho.


Valor: Os "agentes livres" sofreram com a crise e os cortes nas terceirizações de serviços. Esse é o lado ruim de gerir a própria carreira?


Pink: Sim, não é muito seguro ser um agente livre. Você está exposto a um enorme risco, mas isso acontece também nos empregos corporativos. Quando você é demitido de uma grande organização, é um desastre. Mas se você trabalha por conta própria, a perda de um cliente ou de um consumidor é ruim, mas não o fim do mundo. As pessoas que trabalham sozinhas diversificam o risco. Outra mudança interessante é que o emprego corporativo e o do "agente livre" estão se tornando cada vez mais parecidos. Nos EUA, por exemplo, poucas pessoas querem ficar em uma empresa para o resto da vida. Elas preferem estar nelas por até cinco anos. Ao mesmo tempo, as companhias estão fazendo com que os indivíduos sejam cada vez mais responsáveis por sua própria educação e treino.


Valor: A lealdade com as companhias acabou, principalmente entre os jovens que pulam de um emprego para outro. Os ciclos mais curtos prejudicam a sua formação?


Pink: Em alguns casos sim. Entretanto, a natureza do aprendizado mudou. Tudo está mais rápido. As pessoas aprendem a usar o Twitter como ferramenta de marketing ou a tecnologia das redes sociais na prática. Obviamente existem coisas que demandam tempo e dedicação. Por outro lado, a velocidade das transformações está obrigando as pessoas a aprenderem quase em "tempo real". Para ser maduro, porém, é necessário ter experiência. O instrumental é mais fácil de desenvolver, enquanto a habilidade de lidar com pessoas demora. Talvez seja melhor ficar mais tempo em dois ou três lugares do que passar por sete.


Valor: O que motiva as pessoas no trabalho hoje?


Pink: Sem dúvida, o dinheiro é um fator importante. O problema é que ele não é tão efetivo como pensamos. Gestores acreditam que um jeito de fazer as pessoas melhorarem é as recompensando ou as punindo por suas performances. Algumas vezes, isso funciona, mas não tanto quanto acreditamos. É o que chamo de "If you do this you get that" (Se você faz isso ganha aquilo). Esse método é bom para quem realiza tarefas simples e mecânicas, mas deficiente para quem faz um trabalho mais complexo e criativo.


Valor: Com o senhor explica o conceito da motivação 3.0?


Pink: Nos primórdios da civilização, existia o que chamo de Motivação 1.0, movida pelo instinto biológico. Quando as pessoas começaram a viver em uma sociedade mais complexa, ela se tornou ineficiente, então surgiu a Motivação 2.0. Ela era baseada em recompensa e punição e se mostrou muito eficaz para o trabalho que as pessoas faziam nos Séculos XIX e XX. A Motivação 3.0 é diferente. Trata-se de perceber que, para trabalhos conceituais e pensamentos complexos como os realizados, hoje é preciso acionar outros gatilhos. As pessoas querem, por exemplo, dirigir a própria vida e aprender melhor algo que considerem importante. Elas também querem ver propósito no que fazem.


Valor: A meritocracia é relevante nesse novo contexto motivacional?


Pink: Ela é muito importante porque é um sistema justo. Mas apenas oferecer mais para as pessoas como recompensa não é uma forma efetiva de fazê-las realizar melhor suas tarefas. Se um gestor diz que vai dar US$ 10 mil de bônus para a melhor ideia, está fazendo tudo errado. Essa pode ser boa uma maneira de fazer as pessoas trabalharem mais, mas não de estimular o pensamento criativo. O que funciona é pagar melhor as pessoas e ter certeza de que elas não estarão pensando em dinheiro, mas sim no progresso de seu trabalho. O bom da meritocracia é que a pessoa que produz menos é demitida e a que tem uma performance superior é recompensada. Mas se o apelo do dinheiro for usado da maneira errada, poderá ter um efeito devastador na motivação.


Valor: Algumas pessoas se sentem altamente motivadas em atividades fora do trabalho. Como as empresas podem captar essa energia e obter a mesma empolgação no ambiente de trabalho?


Pink: Essa é uma pergunta muito importante. Acho que está relacionada com olhar o que as pessoas fazem fora e tentar entender porque elas gostam tanto daquilo. Acredito que fora da empresa as pessoas têm mais controle, então conseguem ter um senso maior de seu progresso. Se elas tocam um instrumento ou praticam um esporte, conseguem saber quando estão melhorando. O mesmo acontece com o trabalho voluntário. Elas se sentem contribuindo de forma efetiva para algo. A saída é mudar o ambiente de trabalho, dar mais autonomia, ser flexível no horário do expediente, permitir que as pessoas trabalhem com quem elas querem, além de dar feedbacks regularmente.


Valor: As companhias enfrentam a eterna disputa pelos talentos. Onde elas erram na hora de reter e atrair os melhores profissionais?


Pink: As organizações precisam de pessoas talentosas mais do que elas precisam das companhias. Para atrair os melhores, é necessário mudar o ambiente de trabalho e entender o que eles querem. Os líderes não devem apenas monitorar as pessoas, mas explicar porque elas estão fazendo aquilo e como elas podem melhorar sua atuação. Uma razão para que os talentos não parem nas organizações é que elas os tratam como trabalhadores industriais do Século XIX. Hoje, porém, eles têm personalidades e competências diferentes.
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