1.10.08

De onde vem a criatividade?

Denise Bragotto* - www.hsm.com.br

Saiba como estimular seu potencial criativo e fazer a diferença no mercado de trabalho

Cada vez mais aumenta a compreensão do valor da criatividade em todos os contextos. O dramaturgo francês Molière certa vez contou a história de um homem que perguntou o que era prosa e espantou-se ao descobrir que falara em prosa a vida inteira. Ocorre o mesmo com a criatividade. Muita gente ainda a considera como um atributo misterioso e concedido a uns poucos indivíduos privilegiados, no entanto, todas as pessoas são capazes de acionar o seu potencial criativo.

É importante que as empresas compreendam que criatividade não é um dom pessoal, mas uma capacidade que pode e deve ser desenvolvida. Essa é a primeira barreira a ser ultrapassada, pois impede o acesso a milhares de novas idéias latentes em seus colaboradores. Ser inteligente não basta, é preciso conectar idéias de forma original para fazer a diferença no mercado. As empresas que compreendem isso já deram um passo à frente.

Por isso, é essencial ter uma cultura que estimule o desenvolvimento da criatividade. As empresas devem valorizar as tentativas e não se apegar somente aos resultados imediatos porque criatividade implica assumir riscos. Na verdade, ser criativo envolve várias dimensões: intuição, afetividade, inteligência e razão.

A história traz exemplos bizarros a respeito da inspiração. Isaac Newton produziu a lei da gravidade após observar uma maçã caindo em seu jardim; o poeta Hart Crane se inspirava ouvindo músicas; Mozart fazia ginástica; e Kant trabalhava na cama enrolado em lençóis de uma maneira inventada por ele mesmo. Se tomarmos a inspiração como um estímulo à atividade criadora, poderemos verificar a importância da observação. Nem sempre um bom observador é criativo, mas diria que o criativo é sempre um bom observador. Você pode enxergar o que todos vêem, mas interpretar de uma forma diferente usando a idéia que surge desse estímulo para a criação de algo novo. Outros elementos também são importantes no processo criativo como o uso do humor, a ousadia e a paixão.

O envolvimento com a tarefa é o combustível que alimenta as possibilidades que à primeira vista parecerem impossíveis. Se encararmos um fato como desafiador e não destruidor tenderemos a reagir de forma positiva e criativa. A criatividade tende a aumentar também quanto temos consciência da nossa própria capacidade criativa e do quanto fazemos uso dela.

Há muitas maneiras de incentivar a criatividade, mas de forma prática, estimulamos a criatividade quando:

- Estamos envolvidos num projeto,
- Damos liberdade de criação e encorajamos a expressão de idéias;
- Aceitamos as diferenças de cada indivíduo;
- Olhamos as questões sobre diferentes óticas;
- Ouvimos sem julgamento prévio;
- Incentivamos a expressão criativa, a ousadia;
- Ensinamos a resolver problemas e a tomar decisões;
- Somos um modelo positivo para nossos pares.

* Denise Bragotto – É consultora do IDORT/SP, doutora em psicologia da criatividade.


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