28.8.09

Kotler e as novas mídias

Todo bom marketeiro respeita e tem pelo menos um livro o Philip Kotler, o maior guru do marketing. É bem verdade que o mérito do trabalho do professor Kotler está em compilar, de forma agradável, as principais teorias de marketing. Ele mesmo não criou nenhuma (que eu me lembro pelo menos). Mesmo assim respeito e escuto o que o professor fala.

Redes sociais e blogs fazem com que a voz dos clientes passe a ter mais apelo do que a publicidade tradicional

Newsletter da Época Negócios – 18/08/2009


As novas mídias estão revolucionando o marketing tradicional. Enquanto poucos anos atrás os meios para propaganda e publicidade resumiam-se a jornais, revistas, rádio e TV, hoje a internet e as redes sociais ampliam vertiginosamente as possibilidades para as empresas. Na esteira das novidades, Philip Kotler, um dos papas do marketing, alerta as companhias: seus anúncios têm pouco impacto diante da influência do conteúdo gerado pelo próprio consumidor.

“A importância das informações transmitidas pelas empresas é menor do que a das criadas pelo consumidor”, afirma Kotler, professor americano da Kellogg School of Management, da Universidade Northwestern, autor de livros como Marketing para o século XXI.

Com isso, os clientes ganham poder e as companhias um desafio, aprender a fazer as novas mídias trabalharem a seu favor. O leque que se descortina é enorme. Segundo Kotler, redes sociais como Facebook, Orkut, Flickr, Twitter, além de blogs, são ferramentas que não podem mais ser ignoradas no desenvolvimento de uma boa estratégia de marketing.


Se bem utilizadas, elas são capazes de criar a melhor forma de propaganda, o boca a boca. Nessa nova era, quem manda são os consumidores, como Kotler coloca, “eles são os reis”.


“As novas mídias vêm complementar as tradicionais. Estamos numa geração em que se escolhe o que se quer ver e quando se quer ver. É difícil trabalhar em um mundo que está sempre em versão beta”, brinca Hugo Janeba, diretor de marketing da Vivo.


Difícil ou não, esse parece ser um caminho sem volta. “As empresas terão que abrir novos canais para se comunicar. Já que não têm escolha, é melhor que elas tomem a iniciativa”, diz Marcos Caetano, diretor de marketing do Itaú Unibanco.

Como exemplo, o executivo cita o caso de empregados da Domino’s Pizza. Descontentes com a empresa, eles se filmaram infringindo normas da vigilância sanitária, fazendo coisas nojentas como colocar muco do nariz na comida, e colocaram as imagens no YouTube. Comentários de milhares de internautas enojados varreram a rede. Resultado: as ações da companhia sofreram queda na bolsa.


Dentro dessa nova maneira de se trabalhar com marketing, a inovação se torna ainda mais importante. Como brinca o professor americano, “se você não inovar, morre. E mesmo se inovar, também pode morrer”. A boa notícia é que aqui o desafio é tão grande quanto as oportunidades.

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