Segue texto muito bom sobre coragem publicada pelo grupo HSM. Normalmente, quando os textos são longos, procuro dividí-los. Nesse caso, achei melhor não fazê-lo para o texto não perder sua "força".
Sob a armadura da coragem
Management News - 29 de Maio de 2007
A revista Fast Company revela o que os especialistas Warren Bennis, Michael Useem, John Kotter, Jeffrey Sonnenfeld, Marian Krauskopf e Noel Tichy pensam sobre o que é ter coragem na administração de um negócio. Na análise aparece, por exemplo, que a cautela é um elemento importante da coragem
O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) abordou extensamente a coragem como virtude em um dos dez livros que compõem a Ética a Nicômaco, obra que dedicou a seu filho. Mas captar a essência dessa virtude não é fácil. As definições do que a constitui variam não apenas entre culturas, como também entre indivíduos. Para alguns, coragem é a falta de medo em uma situação que, normalmente, geraria esse sentimento. Outros sustentam que quem tem medo e o supera é que demonstra coragem.
O fato é que essa questão tem grande importância para quem aspira a tornar-se líder, principalmente porque tanto sua ausência como seu excesso criam problemas de enormes proporções nas organizações. Carecer de coragem é sinônimo de covardia, e ninguém segue um líder covarde; tê-la em dose demasiada pode levar à irresponsabilidade, um atributo que nenhuma empresa deseja ter.
A revista Fast Company pesquisou o trabalho de seis reconhecidos especialistas em liderança dos Estados Unidos e destacou o que eles já escreveram sobre coragem.
O que é coragem?
Warren Bennis: Uma qualidade instintiva. Não provém do cérebro, mas do coração. E Howard Schultz, o líder da rede de cafés Starbucks, fornece um bom exemplo. Há algum tempo, ele se propôs abrir lojas de sua rede fora dos Estados Unidos, mas ficou desanimado pelos resultados da pesquisa de mercado encomendada a uma firma de consultoria. A idéia não era abraçada por seu próprio pessoal. Então, ele me deu um telefonema. Sem entrar em detalhes, disse: “Existe algo que quero fazer a que quase todos se opõem. O que você me aconselha?”. Respondi: “Até que ponto você confia em seu instinto, seu desejo visceral, seu coração?”. Pude senti-lo sorrir ao telefone. E acrescentei: “Por que não dá ouvidos a seu coração?”. Essa é uma maneira alternativa de tomar uma decisão difícil.
Entretanto, recomendei a Schultz que dedicasse algumas horas a escutar seus subordinados, a fim de conhecer suas preocupações. E observei: “Talvez você mude de opinião. Mas, se não for assim, explique-lhes com todas as palavras: ‘Acredito que estou no caminho certo. E preciso de todo seu apoio. Vamos fazê-lo’”. E assim foi.
John Kotter: A coragem é um forte compromisso emocional –e “emocional”, aqui, é a palavra-chave– com algumas idéias. Essas idéias podem representar a visão da posição para a qual queremos levar a empresa ou os valores que consideramos importantes. Quando as pessoas, além de pensar que suas idéias estão certas, estão comprometidas emocionalmente com elas, defendem-nas a ferro e fogo. Isso é coragem. E, quanto mais altas forem as barreiras que se interpõem a seus ideais, mais oportunidades haverá para atos de coragem. Os indivíduos que fazem história como grandes líderes sempre passam por essas provas de fogo.
Como se diferencia o corajoso do imprudente?
Warren Bennis: A resposta a isso não está em nenhum livro. Foi uma boa idéia lançar o “Dia D”, da Segunda Guerra Mundial, em 6 de junho de 1944? O clima era péssimo no dia 5, e também não foi melhor no dia 6. Todo ato de coragem implica um risco. A única coisa que nos pode ajudar a ver o resultado é o passar do tempo.
É possível preparar-se para ser corajoso?
Michael Useem: Para mim, o exemplo de “treinamento para a coragem” é o de Gene Kranz. Toda sua experiência como chefe das missões da Nasa em terra equivalia ao melhor treinamento possível. “O fracasso não é uma opção”, disse ao trazer a Apolo 13 de volta à Terra com a tripulação sã e salva. Sentia-se confiante porque tinha experiência suficiente. Além disso, conhecia sua equipe em Houston. Ao analisar seus recursos e recordar as outras missões que dirigira, pôde planejar com sucesso a melhor forma de trazer a Apolo 13 para casa.
O melhor modo de se preparar para os momentos difíceis é fazer sempre o que os militares chamam de “revisão posterior à ação”. O aconselhável é praticá-la com regularidade, e não só no trabalho, mas também no campo pessoal. Falei com empreendedores que têm o costume de parar ao final de cada semana para refletir sobre as decisões que tomaram.
Analisam o que fizeram, o que poderiam ter feito de modo diferente e extraem lições que lhes servirão como referência.
Igualmente importante é nos colocarmos em situações capazes de nos afastar de nossa “zona de conforto”. Quanto mais nos obrigarmos a fazer coisas diferentes, mais bem preparados estaremos para render mais sob muita pressão. Eu sugiro 30% de coisas diferentes.
Podemos –e devemos– simular coragem?
Michael Useem: Em um período de crise, a demonstração de coragem pode ser vital para infundir energia nas pessoas. No entanto, não é possível simular nada em uma posição de liderança. As pessoas percebem. Eu diria até que sentem o cheiro. Se alguém tenta parecer-se com George Patton, as pessoas pensam: “Que falso!”. E, em conseqüência, sua credibilidade desaparece.
O essencial, isso sim, é ter confiança e otimismo, inclusive nos momentos mais difíceis, quando tudo parece sombrio. Basta pensar em Nelson Mandela, que foi presidente da África do Sul. Ele esteve por 27 anos na prisão. Imagino que em mais de uma ocasião terá sentido desânimo, mas, pelo que se sabe, nunca renunciou a sua convicção de que algum dia a África do Sul evoluiria de um regime de apartheid para uma democracia multirracial. Tenho certeza de que alguns membros de seu partido, o Congresso Nacional Africano, chegaram a lhe dizer: “Nelson, agora chega, isso é ridículo. Seu otimismo é descabido”. E também tenho certeza de que, em seus momentos de reflexão, Mandela terá tido dúvidas. Mas, externamente, é fundamental mostrar otimismo.
O estresse estimula a coragem ou a sufoca?
Michael Useem: Na psicologia organizacional se utiliza um gráfico para mostrar que o desempenho das pessoas experientes, quando estão submetidas a níveis muito baixos de estresse, não costuma ser tão bom como quando o nível de tensão é moderado. Mas isso se refere a pessoas experientes e é uma curva parabólica. Sobe durante um tempo –mais estresse, melhor desempenho– e depois chega ao “ponto do pânico”. Quando o estresse supera esse ponto, o desempenho rola ladeira abaixo. A tarefa do líder é assegurar-se de que quem trabalha para ele não chegue a esse nível.
A coragem é uma resposta individual ou de grupo?
Warren Bennis: Exceto em situações-limite, a coragem não é produto de uma conduta individual. Em combate [Bennis foi o mais jovem comandante de infantaria dos EUA na Segunda Guerra Mundial], vi as pessoas fazer coisas que eram uma loucura. Nosso médico, por exemplo, não hesitou em pôr em risco sua vida para colocar um torniquete em um soldado ferido. O que fez deveu-se ao fato de sentir-se, verdadeiramente, parte do batalhão.
As pessoas fazem coisas mais ousadas quando estão em grupo. E os líderes determinam metas e as personificam por meio de um comportamento simbólico, para que sua gente os siga. Quando Cícero falava, as pessoas se maravilhavam; quando César falava, as pessoas se colocavam em marcha. É preciso coragem para conseguir que outros se perfilem atrás das idéias que alguém transmite.
Marian Krauskopf: O bom líder se caracteriza por avaliar que respaldo um ato de coragem terá. A diretoria e o conselho de administração apóiam o que ele está prestes a fazer? Seus subordinados estão com ele? Não é comum assumir atitudes ousadas sem saber como é a provável rede de proteção ao redor. É assim que se avalia a coragem.
Noel Tichy: É preciso assegurar um grupo mínimo de seguidores fiéis, pessoas capazes de encarregar-se da resistência e de compartilhar alguns atos de audácia. Caso contrário, a tarefa é muito solitária e está destinada ao fracasso.
Por exemplo, acredito que Jacques Nasser foi um líder valente quando presidiu a Ford Motor, mas, infelizmente, não conseguiu construir uma coalizão consistente a seu redor.
Como um líder pode levar seus subordinados a demonstrar garra?
John Kotter: O fundamental é conseguir que aceitem a idéia de que, se correrem riscos, ninguém vai atirar neles.
Como se relacionam os valores com a coragem?
Michael Useem: Quando alguém está prestes a tomar uma decisão rápida sobre um tema importante, deve lembrar-se dos princípios que defende, porque a tentação de violar os compromissos mais básicos costuma ser grande sob a pressão do momento.
O exemplo que mais influenciou meu pensamento é o do general Peter Pace, que, na Guerra do Vietnã, era um oficial de apenas 22 anos. Certo dia, no comando de um exercício de reconhecimento de rotina, o soldado que o acompanhava foi ferido de morte por um franco-atirador de um povoado próximo. Pace se comunicou com o operador de rádio para ordenar uma descarga de artilharia sobre o povoado. Nesse instante, um sargento de 20 anos fitou-o como se fosse um assassino. Pace captou a mensagem. Quais seriam os habitantes do povoado? E cancelou o ataque. Aproximaram-se do povoado com cuidado e viram que ele era habitado apenas por mulheres e crianças. O franco-atirador já tinha ido embora.
Existe coragem na paciência?
Warren Bennis: É óbvio que sim. Bessinger, meu capitão na guerra, teve a coragem de ser paciente. Eu era um menino e me queixava da inadequada cobertura aérea e dos tanques de apoio. Um dia murmurei: “Não sei com que diabos vamos ganhar esta maldita guerra, a menos que...”. E Bessinger interrompeu minha frase com um grito: “Basta! Também temos um exército”. Essa era a verdade que eu precisava escutar. Se as pessoas crêem verdadeiramente no que estão fazendo, a paciência é sinônimo de coragem.
Como se pode definir a liderança corajosa na atualidade?
Jeffrey Sonnenfeld: Hoje a coragem que se aprecia é do tipo cauteloso e reflexivo. O conceito de audácia foi distorcido por essa geração de aventureiros que embarcaram em uma aquisição atrás da outra: Dennis Kozlowski na Tyco, Ken Lay na Enron, Bernie Ebbers na WorldCom, e por aí vai. Eles ficaram viciados em águas agitadas. Não houve lógica nem coragem empresarial no que fizeram.
O que vemos hoje em casos exemplares, como Pfizer, IBM, General Electric e 3M, é a adoção de grandes idéias. Seus líderes voltaram a usar a imaginação. Estão financiando a pesquisa e, é claro, será necessário algum tempo até que as idéias se materializem. Suas visões estão modeladas pelo espírito empreendedor, que é parte da história dessas empresas. As lendas que perduraram têm relação com os feitos dos pioneiros: um fundador de visão ou um reformador-chave. Na IBM, a referência já não é Lou Gerstner, mas sim Thomas Watson Jr. e sua aposta no mainframe 360. Até o McDonald’s está redescobrindo Ray Kroc. Os líderes voltaram a se perguntar qual é a natureza central de seu negócio e como podem levá-lo até o limite.
Como um CEO consegue que o conselho de administração o acompanhe em seus atos corajosos?
Jeffrey Sonnenfeld: O que se deve fazer é “educar” o conselho. É preciso reforçar a divergência ou conseguir que as pessoas adotem a postura de “advogado do diabo”, para conseguir criar uma cultura que aceite o risco.
Não é uma tarefa fácil. Os conselhos atuais sentem aversão a riscos de qualquer tipo: financeiro, legal, de reputação. Em vez de estimular a coragem, seus membros cruzam os braços, ansiosos por mostrar atitude vigilante. Por isso, os CEOs não podem mostrar-se vulneráveis e pedir ajuda, que, diga-se de passagem, são componentes-chave da coragem. Uma concepção meramente formal de governança não anima ninguém a assumir riscos.
30.5.07
23.5.07
O Caminho da Vitória
Já faz uns dois anos que procuro não ler as notícias ruins que acontecem no Brasil e no mundo. Tragédias aéreas, bombas, desastres naturais, crimes hediondos, etc. Fico sabendo dessas notícias apenas através dos títulos das notícias nos jornais e web ou por comentários de amigos. Evito assistir até o Fantástico da Rede Globo, que adota o slogan O Show da Vida, mas para mim é o Show das Tragédias. No intervalo entre duas notícias ruins tem uma notícia boa e/ou engraçada.
Agora vejo que os escândalos sobre corrupção recomeçaram (se é que pararam algum dia) e agora todos falam da Operação Navalha. Para contrabalançar essas notícias ruins procuro ler textos bonitos e inspiradores. Alguma coisa sobre Cristo também é muito bem vindo. Por isso hoje gostaria de compartilhar com os leitores um pequeno mas inspirador texto de Paulo Coelho.
O Caminho da Vitória
Paulo Coelho - Mensagem do Dia
Um homem inteligente nota que certos momentos se repetem.
Freqüentemente ele se vê diante dos mesmos problemas, e enfrenta situações que já havia enfrentado anteriormente.
Então fica deprimido. Começa a achar que é incapaz de progredir na vida, já que as mesmas coisas que viveu no passado estão acontecendo de novo.
“Já passei por isso”, ele reclama com seu coração.
“Realmente, você já passou”, responde o coração. “Mas nunca ultrapassou”.
O homem, então, passa a ter consciência que as experiências repetidas tem uma finalidade; ensinar-lhe o que ainda não aprendeu. Ele passa a dar uma solução diferente para cada luta repetida – até que encontra a vitória.
Agora vejo que os escândalos sobre corrupção recomeçaram (se é que pararam algum dia) e agora todos falam da Operação Navalha. Para contrabalançar essas notícias ruins procuro ler textos bonitos e inspiradores. Alguma coisa sobre Cristo também é muito bem vindo. Por isso hoje gostaria de compartilhar com os leitores um pequeno mas inspirador texto de Paulo Coelho.
O Caminho da Vitória
Paulo Coelho - Mensagem do Dia
Um homem inteligente nota que certos momentos se repetem.
Freqüentemente ele se vê diante dos mesmos problemas, e enfrenta situações que já havia enfrentado anteriormente.
Então fica deprimido. Começa a achar que é incapaz de progredir na vida, já que as mesmas coisas que viveu no passado estão acontecendo de novo.
“Já passei por isso”, ele reclama com seu coração.
“Realmente, você já passou”, responde o coração. “Mas nunca ultrapassou”.
O homem, então, passa a ter consciência que as experiências repetidas tem uma finalidade; ensinar-lhe o que ainda não aprendeu. Ele passa a dar uma solução diferente para cada luta repetida – até que encontra a vitória.
21.5.07
Faça a diferença
Mais do que fazer o seu trabalho, as empresas hoje precisam de funcionários que façam a diferença. Abaixo segue um texto simples mas que ilustra essa idéia. É importante dizer que as empresas também precisam criar mecanismos que incentivem as pessoas a fazerem o "algo mais". Não basta apenas cobrar.
FAÇA A DIFERENÇA
Fonte: Desconhecida
Paulo trabalhava em uma determinada empresa há dois anos. Sempre foi um funcionário sério, dedicado e cumpridor de suas obrigações. Nunca chegava atrasado. Por isso mesmo já estava com 02 anos na empresa, sem sequer ter recebido uma única reclamação. Certo dia, ele foi até o diretor para fazer uma reclamação: - Sr. Gustavo, tenho trabalhado durante estes dois anos na em sua empresa com toda a dedicação, só que me sinto um tanto injustiçado. Fiquei sabendo que o Pedro, que tem o mesmo cargo que eu e está na empresa há somente 06 meses já vai ser promovido?!?...
Gustavo, fingindo não ouvi-lo disse:
- Foi bom você vir aqui. Tenho um problema para resolver e você poderá fazê-lo. Estou querendo dar frutas como sobremesa ao nosso pessoal após o almoço hoje. Aqui na esquina tem uma barraca de frutas. Vá até lá e verifique se eles tem abacaxi. Paulo, sem entender direito, saiu da sala e foi cumprir a missão. Em cinco minutos estava de volta.
- E aí Paulo? - Perguntou Gustavo: - Verifiquei como o senhor pediu e o moço tem abacaxi sim... - E quanto custa? - Ah, Isso eu não perguntei não... - Eles tem abacaxi suficiente para atender a todo nosso pessoal? Quis saber Gustavo. - Também não perguntei isso não... - Há alguma fruta que possa substituir o abacaxi? - Não sei não...
- Muito bem Paulo. Sente-se ali naquela cadeira e me aguarde um pouco. O diretor pegou o telefone e mandou chamar o novato Pedro. Deu a ele a mesma orientação que dera ao Paulo. Em oito minutos, Pedro voltou. - E então? Indagou Gustavo.
- Eles têm abacaxi, sim Seu Gustavo. E é o suficiente para todo nosso pessoal e, se o senhor preferir, têm também laranja, banana, melão e mamão. O abacaxi estão vendendo a R$1,50 cada; a banana e o mamão a R$1,00 o quilo; o melão R$1,20 a unidade e a laranja a R$20,00 o cento.
- Mas como eu disse que a compra seria grande em quantidade, eles nos concederão um desconto de 15%. Deixei reservado. Conforme o Senhor decidir, volto lá e confirmo - explicou o Pedro.
- Agradecendo pelas informações, o patrão dispensou-o. Voltou-se para Paulo, que permanecia sentado (e calado) ao seu lado e perguntou-lhe:
- Paulo, o que foi que você estava mesmo me dizendo? - Nada não, patrão. Esqueça. Com licença... E Paulo deixou a sala...
- Infelizmente não conheço o autor desta historia que recebi de um amigo. Caso você conheça, por favor informe para que eu possa dar o devido credito. Mas o recado dado por ela e claro: Quando não nos esforçarmos em fazer o melhor, mesmo em tarefas que possam parecer simples, jamais nos serão confiadas tarefas de maior importância. Todas as vezes que fazemos o uso correto e amplo da informação, criamos a oportunidade de imprimir a nossa marca pessoal de forma positiva. Você pode e deve se destacar, até nas coisas mais simples, como Pedro. VIVA A DIFERENÇA! FAÇA A DIFERENÇA!
FAÇA A DIFERENÇA
Fonte: Desconhecida
Paulo trabalhava em uma determinada empresa há dois anos. Sempre foi um funcionário sério, dedicado e cumpridor de suas obrigações. Nunca chegava atrasado. Por isso mesmo já estava com 02 anos na empresa, sem sequer ter recebido uma única reclamação. Certo dia, ele foi até o diretor para fazer uma reclamação: - Sr. Gustavo, tenho trabalhado durante estes dois anos na em sua empresa com toda a dedicação, só que me sinto um tanto injustiçado. Fiquei sabendo que o Pedro, que tem o mesmo cargo que eu e está na empresa há somente 06 meses já vai ser promovido?!?...
Gustavo, fingindo não ouvi-lo disse:
- Foi bom você vir aqui. Tenho um problema para resolver e você poderá fazê-lo. Estou querendo dar frutas como sobremesa ao nosso pessoal após o almoço hoje. Aqui na esquina tem uma barraca de frutas. Vá até lá e verifique se eles tem abacaxi. Paulo, sem entender direito, saiu da sala e foi cumprir a missão. Em cinco minutos estava de volta.
- E aí Paulo? - Perguntou Gustavo: - Verifiquei como o senhor pediu e o moço tem abacaxi sim... - E quanto custa? - Ah, Isso eu não perguntei não... - Eles tem abacaxi suficiente para atender a todo nosso pessoal? Quis saber Gustavo. - Também não perguntei isso não... - Há alguma fruta que possa substituir o abacaxi? - Não sei não...
- Muito bem Paulo. Sente-se ali naquela cadeira e me aguarde um pouco. O diretor pegou o telefone e mandou chamar o novato Pedro. Deu a ele a mesma orientação que dera ao Paulo. Em oito minutos, Pedro voltou. - E então? Indagou Gustavo.
- Eles têm abacaxi, sim Seu Gustavo. E é o suficiente para todo nosso pessoal e, se o senhor preferir, têm também laranja, banana, melão e mamão. O abacaxi estão vendendo a R$1,50 cada; a banana e o mamão a R$1,00 o quilo; o melão R$1,20 a unidade e a laranja a R$20,00 o cento.
- Mas como eu disse que a compra seria grande em quantidade, eles nos concederão um desconto de 15%. Deixei reservado. Conforme o Senhor decidir, volto lá e confirmo - explicou o Pedro.
- Agradecendo pelas informações, o patrão dispensou-o. Voltou-se para Paulo, que permanecia sentado (e calado) ao seu lado e perguntou-lhe:
- Paulo, o que foi que você estava mesmo me dizendo? - Nada não, patrão. Esqueça. Com licença... E Paulo deixou a sala...
- Infelizmente não conheço o autor desta historia que recebi de um amigo. Caso você conheça, por favor informe para que eu possa dar o devido credito. Mas o recado dado por ela e claro: Quando não nos esforçarmos em fazer o melhor, mesmo em tarefas que possam parecer simples, jamais nos serão confiadas tarefas de maior importância. Todas as vezes que fazemos o uso correto e amplo da informação, criamos a oportunidade de imprimir a nossa marca pessoal de forma positiva. Você pode e deve se destacar, até nas coisas mais simples, como Pedro. VIVA A DIFERENÇA! FAÇA A DIFERENÇA!
18.5.07
Ainda sobre a Nintendo
Falando um pouco mais sobre o sucesso inovador do console de games Wii da Nintendo, publico aqui dois quadros que sairam na revista Exame nº 892 que confirmam as idéias e informações contidas no post anterior (Viva a Nintendo!).
16.5.07
Viva a Nitento!
Hoje, nas revistas de negócios, de cada 10 exemplos de inovação, 9 usam o case Apple e seu IPod. Sem tirar os méritos desse case, gostaria de apresentar um outro digno de louvor: Nintendo (Wii) x Sony (Playstation 3) x Microsoft (XBox 360).
Depois de perder a sua hegemonia no mercado de console de games para o Playstation e posteriormente o XBox, a Nintendo começa a dar a volta por cima com o seu Wii. Em vez de apostar no paradigma do mercado (jogos mais apurados e conectividade para se jogar em rede), a Nintendo apostou na simplicidade (jogos visualmente mais simples e menos complexos, afinal ninguém tem muito tempo para jogar) e interatividade através de novos controles que faz com que a pessoa tenha uma maior participação física).
Conforme a reportagem abaixo, ainda é cedo para ver se a Nintendo terá um crescimento contínuo e sustentável, mas a inovação que o Wii trouxe, sem dúvida, afetará profundamente os paradigmas atuais do mundo dos consoles de videogames.
Inovação: O Código Senha da Reação Nintendo
Beth Chandler, de Boston, especial para o MadiaMundomarketing.
Embora não seja do conhecimento de todos, a japonesa NINTENDO é uma empresa centenária. Era uma espécie de COPAG do Japão, fabricando durante décadas jogos tradicionais, muito especialmente os de cartas.
Até que um dia decidiu conferir porque a ATARI, MATTEL e PHILIPS haviam abandonado o território dos videogames com seus ATARI, INTELEVISION e ODISSEY, assim que os microcomputadores começaram a invadir empresas e casas. E perplexa, concluiu que as 3 empresas tinham se precipitado e abandonado uma mina de ouro com muito a produzir. As 3 empresas acreditavam que ninguém mais jogaria em consoles específicos de videogames, já que os micros ofereciam esses mesmos jogos e muito mais, ou seja, decidiram apostar na convergência, num mundo onde as pessoas são cada vez mais divergentes e valorizam e buscam os especialistas em todos os campos de atuação.
Mergulhou de cabeça na mina de ouro abandonada, e voltou a produzir ouro em larga escala assumindo a liderança do território, seguida tempos depois pela SONY e pela MICROSOFT.
Nas rodadas seguintes foi perdendo terreno e sendo superada pelos concorrentes, até chegarmos a nova geração de videogames e que é composta pelo MICROSOFT Xbox 360, SONY PLAYSTATION 3, e pelo Wii da própria NINTENDO.
Enquanto seus dois principais concorrentes apostaram e investiram num hardware capaz de garantir gráficos e visual sofisticado na rodagem dos jogos, a NINTENDO decidiu mudar o território do jogo, INOVAR, e apostar que as pessoas, os videogames, queriam mais interação, maior participação física, mesmo. E dotou o até então estranho Wii, como controles sensíveis, e que permitem que em suas casas as pessoas joguem tênis, golfe e lutem, como se estivessem fazendo no mundo real: movimentando-se.
Ainda é muito cedo para se dizer se a NINTENDO mudou, novamente, a história dos videogames mas, seguramente, garantiu o direito a ser mais respeitada e considerada por seus concorrentes que já a diziam “fora do páreo”. Mais que isso, está obrigando a todos eles, e aos fabricantes de software, a reconsiderarem suas estratégias. Desde a chegada do Wii os números brilham mais na direção da INOVAÇÃO da NINTENDO. Nos EUA, e segundo o NPD GROUP, que metrifica esse mercado, e especificamente no último mês de fevereiro, foram vendidos 335 mil Wiis, contra 228 mil Xbox, e 127 mil Playstation 3.
NINTENDO LIVES!
Depois de perder a sua hegemonia no mercado de console de games para o Playstation e posteriormente o XBox, a Nintendo começa a dar a volta por cima com o seu Wii. Em vez de apostar no paradigma do mercado (jogos mais apurados e conectividade para se jogar em rede), a Nintendo apostou na simplicidade (jogos visualmente mais simples e menos complexos, afinal ninguém tem muito tempo para jogar) e interatividade através de novos controles que faz com que a pessoa tenha uma maior participação física).
Conforme a reportagem abaixo, ainda é cedo para ver se a Nintendo terá um crescimento contínuo e sustentável, mas a inovação que o Wii trouxe, sem dúvida, afetará profundamente os paradigmas atuais do mundo dos consoles de videogames.
Inovação: O Código Senha da Reação Nintendo
Beth Chandler, de Boston, especial para o MadiaMundomarketing.
Embora não seja do conhecimento de todos, a japonesa NINTENDO é uma empresa centenária. Era uma espécie de COPAG do Japão, fabricando durante décadas jogos tradicionais, muito especialmente os de cartas.
Até que um dia decidiu conferir porque a ATARI, MATTEL e PHILIPS haviam abandonado o território dos videogames com seus ATARI, INTELEVISION e ODISSEY, assim que os microcomputadores começaram a invadir empresas e casas. E perplexa, concluiu que as 3 empresas tinham se precipitado e abandonado uma mina de ouro com muito a produzir. As 3 empresas acreditavam que ninguém mais jogaria em consoles específicos de videogames, já que os micros ofereciam esses mesmos jogos e muito mais, ou seja, decidiram apostar na convergência, num mundo onde as pessoas são cada vez mais divergentes e valorizam e buscam os especialistas em todos os campos de atuação.
Mergulhou de cabeça na mina de ouro abandonada, e voltou a produzir ouro em larga escala assumindo a liderança do território, seguida tempos depois pela SONY e pela MICROSOFT.
Nas rodadas seguintes foi perdendo terreno e sendo superada pelos concorrentes, até chegarmos a nova geração de videogames e que é composta pelo MICROSOFT Xbox 360, SONY PLAYSTATION 3, e pelo Wii da própria NINTENDO.
Enquanto seus dois principais concorrentes apostaram e investiram num hardware capaz de garantir gráficos e visual sofisticado na rodagem dos jogos, a NINTENDO decidiu mudar o território do jogo, INOVAR, e apostar que as pessoas, os videogames, queriam mais interação, maior participação física, mesmo. E dotou o até então estranho Wii, como controles sensíveis, e que permitem que em suas casas as pessoas joguem tênis, golfe e lutem, como se estivessem fazendo no mundo real: movimentando-se.
Ainda é muito cedo para se dizer se a NINTENDO mudou, novamente, a história dos videogames mas, seguramente, garantiu o direito a ser mais respeitada e considerada por seus concorrentes que já a diziam “fora do páreo”. Mais que isso, está obrigando a todos eles, e aos fabricantes de software, a reconsiderarem suas estratégias. Desde a chegada do Wii os números brilham mais na direção da INOVAÇÃO da NINTENDO. Nos EUA, e segundo o NPD GROUP, que metrifica esse mercado, e especificamente no último mês de fevereiro, foram vendidos 335 mil Wiis, contra 228 mil Xbox, e 127 mil Playstation 3.
NINTENDO LIVES!
14.5.07
Quer inovar? Cultura é tudo.
Um dos pensadores nacionais do management que aprendi a respeitar recentemente é Clemente Nóbrega. Físico e engenheiro nuclear por formação, Clemente Nobrega é hoje um dos principais especialistas em estratégia empresarial do Brasil, além de consultor, escritor e palestrante.
Abaixo, segue um ótimo texto que encontrei no seu site. Para aqueles que gostam de ler bons textos relacionados a administração, vale a pena ler os artigos contidos no site. Um melhor do que outro.
Quer inovar? Cultura é tudo.
Clemente Nobrega - 27 de fevereiro de 2007.
Se pusermos dois grupos de pessoas igualmente competentes para trabalhar em organizações diferentes, o que elas vão produzir será diferente. Pode ser radicalmente diferente: uma empresa quebra, a outra tem sucesso. Pessoas competentes em certa empresa são incompetentes em outra (e vice-versa). As diferenças nas “entregas” ocorre porque as organizações - independentemente das pessoas e recursos de que disponham - têm competências próprias que independem das pessoas que estejam lá. Eis um fato: a competência das empresas não é a soma das competências dos indivíduos.
Isso é uma verdade praticamente ignorada pelos gurus e empresários metidos a politicamente corretos, que acham que é de “bom tom” repetir coisas como “nosso maior diferencial são as pessoas” - como se “as pessoas” fossem, em si, a causa do sucesso. Isso é balela. Pessoas só são o maior ativo de uma empresa em uma única circunstância, muito particular: logo que essas empresas são formadas. Fora disso, nenhuma empresa tem nas pessoas o seu diferencial para o sucesso. Vamos ver por que.
As competências de qualquer empresa migram à medida que ela cresce e amadurece; antes de saírmos tentando imitar práticas de outras organizações, é bom nos fazermos a pergunta-chave: Quais as circunstâncias em que a minha empresa está agora? Elas têm a ver com as que definiram o sucesso daquela que eu estou querendo imitar? Se os “especialistas” não ignorassem que gestão é a ciência das circunstâncias, haveria muito mais luz (e menos abafamento) no mundo empresarial.
O que uma empresa é competente para fazer depende de três coisas:
a- de seus recursos;
b- de seus processos;
c- de seus critérios para definir prioridades (vamos chamar esses critérios de valores).
É analisando esses três elementos que você, como gestor, decide qualquer coisa em uma empresa. Decide como e em que inovar, inclusive.
Recursos são as coisas (ativos) que a empresa tem, pode desenvolver, contratar ou comprar: pessoas, tecnologias, marcas, produtos, dinheiro. As empresas sempre conseguem quantificar rapidamente os recursos de que dispõe. Recursos são o lado óbvio, concreto, das organizações. Elas sabem quanto têm em caixa, as tecnologias de que dispõem, seus produtos campeões, etc.
Processos (ou rotinas) são a maneira pela qual a empresa faz o que tem de fazer para gerar valor (para acionistas, clientes, empregados). Processo é como a empresa decide, como coordena tarefas, como se comunica internamente e faz as coisas fluírem para transformar o talento dos colaboradores, os equipamentos, a tecnologia, a informação, o dinheiro... em produtos e serviços de mais valor.
Valores – seguindo a maneira de Clayton Christensen definir, nada têm a ver com considerações éticas relacionadas ao bem-estar da comunidade.
Valores são os critérios por meio dos quais os gestores da empresa decidem o que priorizar: se uma certa venda para um certo cliente é atraente ou não, se certo produto deve ou não ser desenvolvido, se um cliente é mais interessante que outro. Valores aqui têm a ver com dinheiro (margem, $$). É sempre a margem histórica que determina o que é prioritário numa empresa – essa é a lei número um, e ela é que condiciona tudo o mais (“Não mexa na minha margem!”). Note que os processos são uma conseqüência dos valores. Valores dizem “o que” priorizar. Processos dizem “como” fazer isso. São os valores que determinam os processos.
Por trás de tudo estão as pessoas, claro. Em todos os níveis há gente tomando decisões o tempo todo; e essas decisões são tomadas sob o pano de fundo de processos formais ou informais (muitas vezes informais) que são especificados pelos valores da empresa.
Para guardar: processos são as maneiras pelas quais se faz o que precisa ser feito para transformar inputs (tecnologia, conhecimento, dinheiro...) em coisas que possam ser vendidas por mais do que foi gasto. Valores são as regras – o pano de fundo mental – que a empresa usa para priorizar decisões (que produto lançar que segmento atender...). Pessoas são os operadores do sistema todo; são recurso essencial para fazer as coisas acontecerem.
Nas empresas que estão estabelecidas há algum tempo, os processos evoluíram ao longo do tempo e depois se fixaram. De tanto fazerem o que deu certo para ganhar dinheiro da maneira pela qual aprenderam a ganhar dinheiro, a empresa passa a dizer: “Esses são os processos certos para planejar e lançar produtos, abordar os segmentos que escolhemos, organizar a venda...” Mas, quando tenta usar os mesmos processos para fazer coisas diferentes daquelas para as quais eles se cristalizaram, NUNCA dá certo: “um processo que determina a competência para fazer certa coisa, ao mesmo tempo define a incompetência para fazer outra”. Ou seja: a competência dos processos também (adivinha!) está intimamente ligada às circunstâncias que os criaram.
É aqui que surge uma das questões mais centrais na gestão da inovação. Quando tentam lançar um produto que está fora do padrão com o qual a empresa se acostumou historicamente (um produto de margens mais baixas ou qualidade “inferior” destinado a um público menos exigente), a tentação é sempre usar os processos já estabelecidos, mas negócios novos exigem processos novos. É por isso que, com o sucesso e o crescimento, as empresas perdem a capacidade de entrar em mercados pequenos que ainda estão em formação. Não têm os processos certos. Pensam que têm as pessoas certas porque elas tiveram sucesso no passado, no negócio estabelecido, mas isso está errado. AS COMPETÊNCIAS DAS PESSOAS TAMBÉM DEPENDEM DAS CIRCUSNTÂNCIAS EM QUE ESSAS COMPETÊNCIAS SE ESTABELECERAM. As inovações empacam porque as empresas colocam pessoas competentes para trabalhar em estruturas cujos processos e valores não foram destinados àquilo em que elas são competentes.
No início da vida de uma organização, tudo o que é realizado é atribuído aos recursos que ela tem - às pessoas, principalmente. A chegada ou saída de umas poucas pessoas pode influenciar profundamente seu sucesso.
Neste estágio sim (e só nele) está certo dizer que “as pessoas são nosso principal patrimônio”. Ao longo do tempo, porém, a concentração das competências da organização se desloca para seus processos e valores. À medida que as pessoas realizam tarefas repetidamente, os processos se tornam definidos. E à medida que a empresa toma forma e se tornam claros os tipos de negócios que devem receber mais prioridade, os valores também se estabelecem automaticamente.
Na verdade, uma razão pela qual muitas empresas jovens se queimam depois de um sucesso inicial baseado num único produto "quente", é porque esse sucesso inicial estava alicerçado em recursos - freqüentemente nos engenheiros fundadores - e eles não conseguem desenvolver processos que possam criar uma seqüência de produtos ”matadores”.
A Avid Technology, um produtor de softwares de edição digital para a televisão, é um exemplo do que pode ocorrer quando uma empresa faz muito sucesso baseado num único produto. A tecnologia da Avid acabou com o tédio do processo de editar vídeos. Por conta desse produto, as ações da Avid saltaram de 16 dólares, em seu lançamento em 1993, para 49 dólares, em meados de 1995. Contudo, as tensões de ser alguém pequeno com um único truque bacana logo emergiram quando a Avid enfrentou um mercado saturado, crescimento de estoques e de contas a receber, competição e ações na justiça movidas por acionistas. Os clientes adoraram o produto, mas a falta de processos eficazes para desenvolver consistentemente novos produtos e para controlar a qualidade, entrega e serviços, no final levaram a empresa a tropeçar.
Em contraste, nas empresas altamente bem sucedidas como a McKinsey & Company, os processos e valores (cultura!) tornaram-se tão poderosos que ela quase nem se preocupa quanto a que pessoas são designadas para quais equipes de projeto. Centenas de pessoas com MBA entram na empresa todo ano, e quase a mesma quantidade sai. Mas a empresa é capaz de produzir trabalho de alta qualidade ano após ano, porque suas competências fundamentais estão enraizadas em seus processos e valores e não em seus recursos.
Eis o enorme desafio da Apple hoje. A empresa que estava quebradinha em meados dos anos 90, trouxe Steve Jobs de volta e ele retomou o que a empresa sabia fazer bem lançando, em menos de 10 anos, três produtos de enorme sucesso: o iMac, o iPod e, agora, o iPhone. O sucesso da Apple depende crucialmente de seguir lançando continuamente produtos insanelly great. Seus Processos e Valores - ou seja, sua cultura - exigem isso. Com John Sculley e outros CEOS, a Apple tentou mudar seu DNA e fracassou. Steve Jobs, trazido de volta, opera dentro da cultura da empresa (ele foi o fundador): pessoas focadas em produzir coisas insanelly great por meio dos processos e valores estabelecidos na alma da corporação.
Quando os processos e valores de uma empresa estão se formando, em seus anos iniciais, o fundador geralmente tem um profundo impacto. Ele tem opiniões fortes sobre como os empregados devem fazer seu trabalho e que prioridades a organização precisa ter. Se os julgamentos do fundador são falhos, a empresa fracassa. Mas se são sólidos, os empregados vão atestar por si próprios a validade dos métodos do fundador para resolver problemas e tomar decisões. É assim que os processos ficam definidos. Por tentativa e erro. Do mesmo modo, se a empresa tem sucesso financeiro por alocar recursos de acordo com critérios que refletem as prioridades do fundador, os valores da empresa crescem em redor desses critérios. À medida que as empresas amadurecem os empregados gradualmente passam a assumir que os processos e prioridades que usaram com tanto sucesso e com tanta freqüência, são a maneira correta de executar seu trabalho. Quando isso acontece, eles começam a seguir processos e a estabelecer prioridades por reflexo, no “piloto automático”, não por escolha deliberada e ponderada.
Esses processos e valores passam a constituir a cultura da organização. Quando a empresa cresce e chega a milhares de funcionários, o desafio de levar todos eles a concordarem quanto ao que precisa ser feito e como deve ser feito, pode ser assustador, mesmo para os melhores gerentes. A cultura é uma ferramenta gerencial poderosa nessas situações. Ela possibilita aos empregados agir autonomamente, mas de forma consistente. Vou mostrar no próximo artigo como se pode, digamos, “manipular a cultura”, para forçar que uma certa mudança ocorra. Quem tem de fazer isso é o líder da organização; só ele tem legitimidade para isso.
Portanto, os fatores que definem competências e incompetências de uma organização, evoluem com o tempo. As competências começam com recursos depois mudam para processos e valores concretos e bem definidos; finalmente migram para a cultura. Uma cultura empresarial é um amálgama de seus processos e valores. Ninguém mais fala nessas duas coisas como entidades separadas: cultura engloba as duas.
Enquanto a organização continuar a enfrentar os mesmos tipos de problemas para os quais seus processos e valores (cultura) foram “desenhados”, tudo bem, mas como aquilo que define a competência também define a incompetência, a cultura vira incapacidade quando os problemas que a empresa encara mudam fundamentalmente. Quando as competências da organização estão em suas pessoas, mudá-las para resolver um novo problema é relativamente simples. Mas quando as competências passam a residir nos processos e valores, e, especialmente, quando estão impregnadas na cultura, as mudanças podem ser extremamente difíceis.
OBS: Este artigo é uma adaptação livre de “Meeting the Challenge of Disruptive Change".
Abaixo, segue um ótimo texto que encontrei no seu site. Para aqueles que gostam de ler bons textos relacionados a administração, vale a pena ler os artigos contidos no site. Um melhor do que outro.
Quer inovar? Cultura é tudo.
Clemente Nobrega - 27 de fevereiro de 2007.
Se pusermos dois grupos de pessoas igualmente competentes para trabalhar em organizações diferentes, o que elas vão produzir será diferente. Pode ser radicalmente diferente: uma empresa quebra, a outra tem sucesso. Pessoas competentes em certa empresa são incompetentes em outra (e vice-versa). As diferenças nas “entregas” ocorre porque as organizações - independentemente das pessoas e recursos de que disponham - têm competências próprias que independem das pessoas que estejam lá. Eis um fato: a competência das empresas não é a soma das competências dos indivíduos.
Isso é uma verdade praticamente ignorada pelos gurus e empresários metidos a politicamente corretos, que acham que é de “bom tom” repetir coisas como “nosso maior diferencial são as pessoas” - como se “as pessoas” fossem, em si, a causa do sucesso. Isso é balela. Pessoas só são o maior ativo de uma empresa em uma única circunstância, muito particular: logo que essas empresas são formadas. Fora disso, nenhuma empresa tem nas pessoas o seu diferencial para o sucesso. Vamos ver por que.
As competências de qualquer empresa migram à medida que ela cresce e amadurece; antes de saírmos tentando imitar práticas de outras organizações, é bom nos fazermos a pergunta-chave: Quais as circunstâncias em que a minha empresa está agora? Elas têm a ver com as que definiram o sucesso daquela que eu estou querendo imitar? Se os “especialistas” não ignorassem que gestão é a ciência das circunstâncias, haveria muito mais luz (e menos abafamento) no mundo empresarial.
O que uma empresa é competente para fazer depende de três coisas:
a- de seus recursos;
b- de seus processos;
c- de seus critérios para definir prioridades (vamos chamar esses critérios de valores).
É analisando esses três elementos que você, como gestor, decide qualquer coisa em uma empresa. Decide como e em que inovar, inclusive.
Recursos são as coisas (ativos) que a empresa tem, pode desenvolver, contratar ou comprar: pessoas, tecnologias, marcas, produtos, dinheiro. As empresas sempre conseguem quantificar rapidamente os recursos de que dispõe. Recursos são o lado óbvio, concreto, das organizações. Elas sabem quanto têm em caixa, as tecnologias de que dispõem, seus produtos campeões, etc.
Processos (ou rotinas) são a maneira pela qual a empresa faz o que tem de fazer para gerar valor (para acionistas, clientes, empregados). Processo é como a empresa decide, como coordena tarefas, como se comunica internamente e faz as coisas fluírem para transformar o talento dos colaboradores, os equipamentos, a tecnologia, a informação, o dinheiro... em produtos e serviços de mais valor.
Valores – seguindo a maneira de Clayton Christensen definir, nada têm a ver com considerações éticas relacionadas ao bem-estar da comunidade.
Valores são os critérios por meio dos quais os gestores da empresa decidem o que priorizar: se uma certa venda para um certo cliente é atraente ou não, se certo produto deve ou não ser desenvolvido, se um cliente é mais interessante que outro. Valores aqui têm a ver com dinheiro (margem, $$). É sempre a margem histórica que determina o que é prioritário numa empresa – essa é a lei número um, e ela é que condiciona tudo o mais (“Não mexa na minha margem!”). Note que os processos são uma conseqüência dos valores. Valores dizem “o que” priorizar. Processos dizem “como” fazer isso. São os valores que determinam os processos.
Por trás de tudo estão as pessoas, claro. Em todos os níveis há gente tomando decisões o tempo todo; e essas decisões são tomadas sob o pano de fundo de processos formais ou informais (muitas vezes informais) que são especificados pelos valores da empresa.
Para guardar: processos são as maneiras pelas quais se faz o que precisa ser feito para transformar inputs (tecnologia, conhecimento, dinheiro...) em coisas que possam ser vendidas por mais do que foi gasto. Valores são as regras – o pano de fundo mental – que a empresa usa para priorizar decisões (que produto lançar que segmento atender...). Pessoas são os operadores do sistema todo; são recurso essencial para fazer as coisas acontecerem.
Nas empresas que estão estabelecidas há algum tempo, os processos evoluíram ao longo do tempo e depois se fixaram. De tanto fazerem o que deu certo para ganhar dinheiro da maneira pela qual aprenderam a ganhar dinheiro, a empresa passa a dizer: “Esses são os processos certos para planejar e lançar produtos, abordar os segmentos que escolhemos, organizar a venda...” Mas, quando tenta usar os mesmos processos para fazer coisas diferentes daquelas para as quais eles se cristalizaram, NUNCA dá certo: “um processo que determina a competência para fazer certa coisa, ao mesmo tempo define a incompetência para fazer outra”. Ou seja: a competência dos processos também (adivinha!) está intimamente ligada às circunstâncias que os criaram.
É aqui que surge uma das questões mais centrais na gestão da inovação. Quando tentam lançar um produto que está fora do padrão com o qual a empresa se acostumou historicamente (um produto de margens mais baixas ou qualidade “inferior” destinado a um público menos exigente), a tentação é sempre usar os processos já estabelecidos, mas negócios novos exigem processos novos. É por isso que, com o sucesso e o crescimento, as empresas perdem a capacidade de entrar em mercados pequenos que ainda estão em formação. Não têm os processos certos. Pensam que têm as pessoas certas porque elas tiveram sucesso no passado, no negócio estabelecido, mas isso está errado. AS COMPETÊNCIAS DAS PESSOAS TAMBÉM DEPENDEM DAS CIRCUSNTÂNCIAS EM QUE ESSAS COMPETÊNCIAS SE ESTABELECERAM. As inovações empacam porque as empresas colocam pessoas competentes para trabalhar em estruturas cujos processos e valores não foram destinados àquilo em que elas são competentes.
No início da vida de uma organização, tudo o que é realizado é atribuído aos recursos que ela tem - às pessoas, principalmente. A chegada ou saída de umas poucas pessoas pode influenciar profundamente seu sucesso.
Neste estágio sim (e só nele) está certo dizer que “as pessoas são nosso principal patrimônio”. Ao longo do tempo, porém, a concentração das competências da organização se desloca para seus processos e valores. À medida que as pessoas realizam tarefas repetidamente, os processos se tornam definidos. E à medida que a empresa toma forma e se tornam claros os tipos de negócios que devem receber mais prioridade, os valores também se estabelecem automaticamente.
Na verdade, uma razão pela qual muitas empresas jovens se queimam depois de um sucesso inicial baseado num único produto "quente", é porque esse sucesso inicial estava alicerçado em recursos - freqüentemente nos engenheiros fundadores - e eles não conseguem desenvolver processos que possam criar uma seqüência de produtos ”matadores”.
A Avid Technology, um produtor de softwares de edição digital para a televisão, é um exemplo do que pode ocorrer quando uma empresa faz muito sucesso baseado num único produto. A tecnologia da Avid acabou com o tédio do processo de editar vídeos. Por conta desse produto, as ações da Avid saltaram de 16 dólares, em seu lançamento em 1993, para 49 dólares, em meados de 1995. Contudo, as tensões de ser alguém pequeno com um único truque bacana logo emergiram quando a Avid enfrentou um mercado saturado, crescimento de estoques e de contas a receber, competição e ações na justiça movidas por acionistas. Os clientes adoraram o produto, mas a falta de processos eficazes para desenvolver consistentemente novos produtos e para controlar a qualidade, entrega e serviços, no final levaram a empresa a tropeçar.
Em contraste, nas empresas altamente bem sucedidas como a McKinsey & Company, os processos e valores (cultura!) tornaram-se tão poderosos que ela quase nem se preocupa quanto a que pessoas são designadas para quais equipes de projeto. Centenas de pessoas com MBA entram na empresa todo ano, e quase a mesma quantidade sai. Mas a empresa é capaz de produzir trabalho de alta qualidade ano após ano, porque suas competências fundamentais estão enraizadas em seus processos e valores e não em seus recursos.
Eis o enorme desafio da Apple hoje. A empresa que estava quebradinha em meados dos anos 90, trouxe Steve Jobs de volta e ele retomou o que a empresa sabia fazer bem lançando, em menos de 10 anos, três produtos de enorme sucesso: o iMac, o iPod e, agora, o iPhone. O sucesso da Apple depende crucialmente de seguir lançando continuamente produtos insanelly great. Seus Processos e Valores - ou seja, sua cultura - exigem isso. Com John Sculley e outros CEOS, a Apple tentou mudar seu DNA e fracassou. Steve Jobs, trazido de volta, opera dentro da cultura da empresa (ele foi o fundador): pessoas focadas em produzir coisas insanelly great por meio dos processos e valores estabelecidos na alma da corporação.
Quando os processos e valores de uma empresa estão se formando, em seus anos iniciais, o fundador geralmente tem um profundo impacto. Ele tem opiniões fortes sobre como os empregados devem fazer seu trabalho e que prioridades a organização precisa ter. Se os julgamentos do fundador são falhos, a empresa fracassa. Mas se são sólidos, os empregados vão atestar por si próprios a validade dos métodos do fundador para resolver problemas e tomar decisões. É assim que os processos ficam definidos. Por tentativa e erro. Do mesmo modo, se a empresa tem sucesso financeiro por alocar recursos de acordo com critérios que refletem as prioridades do fundador, os valores da empresa crescem em redor desses critérios. À medida que as empresas amadurecem os empregados gradualmente passam a assumir que os processos e prioridades que usaram com tanto sucesso e com tanta freqüência, são a maneira correta de executar seu trabalho. Quando isso acontece, eles começam a seguir processos e a estabelecer prioridades por reflexo, no “piloto automático”, não por escolha deliberada e ponderada.
Esses processos e valores passam a constituir a cultura da organização. Quando a empresa cresce e chega a milhares de funcionários, o desafio de levar todos eles a concordarem quanto ao que precisa ser feito e como deve ser feito, pode ser assustador, mesmo para os melhores gerentes. A cultura é uma ferramenta gerencial poderosa nessas situações. Ela possibilita aos empregados agir autonomamente, mas de forma consistente. Vou mostrar no próximo artigo como se pode, digamos, “manipular a cultura”, para forçar que uma certa mudança ocorra. Quem tem de fazer isso é o líder da organização; só ele tem legitimidade para isso.
Portanto, os fatores que definem competências e incompetências de uma organização, evoluem com o tempo. As competências começam com recursos depois mudam para processos e valores concretos e bem definidos; finalmente migram para a cultura. Uma cultura empresarial é um amálgama de seus processos e valores. Ninguém mais fala nessas duas coisas como entidades separadas: cultura engloba as duas.
Enquanto a organização continuar a enfrentar os mesmos tipos de problemas para os quais seus processos e valores (cultura) foram “desenhados”, tudo bem, mas como aquilo que define a competência também define a incompetência, a cultura vira incapacidade quando os problemas que a empresa encara mudam fundamentalmente. Quando as competências da organização estão em suas pessoas, mudá-las para resolver um novo problema é relativamente simples. Mas quando as competências passam a residir nos processos e valores, e, especialmente, quando estão impregnadas na cultura, as mudanças podem ser extremamente difíceis.
OBS: Este artigo é uma adaptação livre de “Meeting the Challenge of Disruptive Change".
11.5.07
9.5.07
Contra os modismos
A revista Exame na sua última edição publicou uma matéria sobre a Toyota, que recentemente se tornou a maior montadora do mundo, ultrapassando a GM.
Nos Estados Unidos, berço do management, mais de mil novos livros de negócios são lançados anualmente. A maioria destes se colocam como guias definitovos e/ou oferecem fórmulas prontas para fazerem as empresas cresceram. Na reportagem da Exame o que mais me chamou atenção foi uma tabela contendo os Oito mandamentos da Toyota (vide abaixo). Pelo menos dois deles (4 e 7) vão contra a grande maioria das teorias contidas nesses livros, contra também as pregações dos grurus de marketing e grandes empresa de consultoria.
Isso mostra que não existem fórmulas prontas para se conduzir um negócio ao sucesso. Cada empresa deve encontrar a melhor maneira de trabalhar.
Os oito mandamentos da Toyota:
1 Qualidade, qualidade, qualidade
O mantra é repetido à exaustão por todos os funcionários da empresa.A busca pela perfeição é o motor do aprimoramento contínuo da Toyota;
2 Obsessão por corte de custos
Não é apenas nas fábricas que a montadora busca reduzir suas despesas continuamente. Na matriz, por exemplo, é proibido tirar impressões coloridas e todo o papel utilizado é reciclável;
3 Investimento em treinamento
Antes de começar a trabalhar, todos os funcionários recémcontratados passam por um treinamento de cinco meses, independentemente do cargo que vão ocupar;
4 Emprego vitalício
Embora fora de moda na maioria das empresas, empregar um funcionário por décadas ainda é uma das principais características da Toyota, sobretudo no Japão;
5 Busca pela simplicidade
Na montadora japonesa, o negócio é ser simples. Nas reuniões de executivos, por exemplo, as apresentações devem caber numa folha de papel no formato A3;
6 Visão de longo prazo
O planejamento é chave na companhia. Hoje, o departamento de pesquisa e desenvolvimento da empresa já está avaliando como devem ser os carros da montadora em 2030;
7 Decisão por consenso
A maioria das decisões ainda é tomada em conjunto pelos 30 principais executivos. Embora mais longo, o processo minimiza riscos e evita rachas internos;
8 Proximidade com o consumidor
Em vez de criar carros que sejam ícones da indústria automotiva, a Toyota investe em pesquisas para criar automóveis que os clientes queiram (ou precisem) comprar.
Nos Estados Unidos, berço do management, mais de mil novos livros de negócios são lançados anualmente. A maioria destes se colocam como guias definitovos e/ou oferecem fórmulas prontas para fazerem as empresas cresceram. Na reportagem da Exame o que mais me chamou atenção foi uma tabela contendo os Oito mandamentos da Toyota (vide abaixo). Pelo menos dois deles (4 e 7) vão contra a grande maioria das teorias contidas nesses livros, contra também as pregações dos grurus de marketing e grandes empresa de consultoria.
Isso mostra que não existem fórmulas prontas para se conduzir um negócio ao sucesso. Cada empresa deve encontrar a melhor maneira de trabalhar.
Os oito mandamentos da Toyota:
1 Qualidade, qualidade, qualidade
O mantra é repetido à exaustão por todos os funcionários da empresa.A busca pela perfeição é o motor do aprimoramento contínuo da Toyota;
2 Obsessão por corte de custos
Não é apenas nas fábricas que a montadora busca reduzir suas despesas continuamente. Na matriz, por exemplo, é proibido tirar impressões coloridas e todo o papel utilizado é reciclável;
3 Investimento em treinamento
Antes de começar a trabalhar, todos os funcionários recémcontratados passam por um treinamento de cinco meses, independentemente do cargo que vão ocupar;
4 Emprego vitalício
Embora fora de moda na maioria das empresas, empregar um funcionário por décadas ainda é uma das principais características da Toyota, sobretudo no Japão;
5 Busca pela simplicidade
Na montadora japonesa, o negócio é ser simples. Nas reuniões de executivos, por exemplo, as apresentações devem caber numa folha de papel no formato A3;
6 Visão de longo prazo
O planejamento é chave na companhia. Hoje, o departamento de pesquisa e desenvolvimento da empresa já está avaliando como devem ser os carros da montadora em 2030;
7 Decisão por consenso
A maioria das decisões ainda é tomada em conjunto pelos 30 principais executivos. Embora mais longo, o processo minimiza riscos e evita rachas internos;
8 Proximidade com o consumidor
Em vez de criar carros que sejam ícones da indústria automotiva, a Toyota investe em pesquisas para criar automóveis que os clientes queiram (ou precisem) comprar.
7.5.07
Foco novamente
Sempre volto nesse blog a falar da importância do Foco nas organizações. Sem dúvida esse é um problema que atinge sempre as grandes organizações. Quando a empresa cresce, se capitaliza, a tentação de entrar em outros mercados é grande. O ego está elevado porque a empresa está indo bem. Quando essa diversificação acontece os riscos crescem. Normalmente, buscando crescer nesses novos mercados/negócios, as empresas desguarnecem o seu negócio principal. Concorrentes não perdoam e atacam.
Cuidado ao diversificarem a atuação da sua empresa! Pode ser o começo do fim!
Abaixo, segue artigo da Madia Mundo Marketing que ilustra essa minha idéia.
Cuidado ao diversificarem a atuação da sua empresa! Pode ser o começo do fim!
Abaixo, segue artigo da Madia Mundo Marketing que ilustra essa minha idéia.
SOL, SÓ O SOL; JAMAIS A SANYO
MML – TOSHIO KAVASAKI, Tóquio, especial para o MADIAMUNDOMARKETING. – 03/05/2007
No livro do MADIA, OS 50 MANDAMENTOS DO MARKETING, considerado pela CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO o MELHOR LIVRO NÃO-FICÇÃO 2005 – PRÊMIO JABUTI – o mandamento de número 48 diz “CADA MACACO EM SEU GALHO”.
E ao detalhar o mandamento, MADIA refere-se ao livro FOCO – UMA QUESTÃO DE VIDA OU MORTE PARA SUAS EMPRESAS – onde logo na introdução AL RIES vai direto ao ponto: “O SOL é uma poderosa fonte de energia. A toda hora ele banha a Terra com bilhões de quilowatts de energia. Ainda assim, com um chapéu e um filtro solar você pode tomar banho de sol durante algumas horas sem correr o risco de efeitos nocivos em seu organismo. Já o LASER é uma fonte fraca de energia. Ele concentra alguns watts de energia e enfoca-os em sua corrente coerente de luz. Mas com o laser você pode perfurar um diamante ou extirpar um câncer”.
E, conclui, “Quando você elege um foco, uma especialização para uma empresa, você cria o mesmo efeito. Cria uma capacidade poderosa, como a do laser, de dominar um mercado. Quando, no entanto, sua empresa cai em tentação, perde o foco, contraria sua especialização, converte-se num sol que acaba dissipando toda a sua energia em muitos produtos e mercados”.
Na trajetória de todas as empresas, infinitos são os momentos de tentação. Desde tentações mais sofisticadas e elaboradas, até tentações grosseiras do tipo, “já que nossos jornais levam papel vamos investir em reflorestamento”, ou “já que nossos talheres levam plástico no cabo vamos investir também em mesas e cadeiras...”. E, por isso, todo o cuidado é pouco. Quando um macaco começa a saltar muito, certamente acabará despencando de um galho; e o tombo pode ser fatal.
É o que acontece neste momento com uma das mais tradicionais empresas japonesas, a SANYO, que acabou descuidando de seu negócio principal – fabricante de eletrônicos – e hoje também atua no território dos chips, baterias, construção de casas, internet, serviços financeiros, recursos humanos, e gestão de asilos e campos de golfe, dentre outros. Como não poderia deixar de ser, muito rapidamente perdeu competitividade em seu território original de atuação passando para um segundo grupo, e em todos os demais em que ingressou converteu-se num player medíocre.
Nos últimos 4 anos, ganhou um pouco de dinheiro apenas em 2004, mas perdeu muito dinheiro em 2003, 2005, e muito especialmente em 2006, tendo que ser socorrida por um consórcio de investidores liderados pela GOLDMAN SACHS.
A atual crise da SANYO não difere muito da que vem vivendo a SONY ainda que em menores proporções, e que caracteriza as empresas japonesas de uma forma em geral. Na medida em que vai sendo bem-sucedida no território de sua especialização, começa a se aventurar em outros territórios, onde prevalecem os fracassos difíceis de serem reconhecidos, assumidos e descartados, debilitando a empresa, minando as energias, enxugando o caixa. Em poucos anos, a situação é trágica e em muitos casos, a salvação impossível.
MML – TOSHIO KAVASAKI, Tóquio, especial para o MADIAMUNDOMARKETING. – 03/05/2007
No livro do MADIA, OS 50 MANDAMENTOS DO MARKETING, considerado pela CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO o MELHOR LIVRO NÃO-FICÇÃO 2005 – PRÊMIO JABUTI – o mandamento de número 48 diz “CADA MACACO EM SEU GALHO”.
E ao detalhar o mandamento, MADIA refere-se ao livro FOCO – UMA QUESTÃO DE VIDA OU MORTE PARA SUAS EMPRESAS – onde logo na introdução AL RIES vai direto ao ponto: “O SOL é uma poderosa fonte de energia. A toda hora ele banha a Terra com bilhões de quilowatts de energia. Ainda assim, com um chapéu e um filtro solar você pode tomar banho de sol durante algumas horas sem correr o risco de efeitos nocivos em seu organismo. Já o LASER é uma fonte fraca de energia. Ele concentra alguns watts de energia e enfoca-os em sua corrente coerente de luz. Mas com o laser você pode perfurar um diamante ou extirpar um câncer”.
E, conclui, “Quando você elege um foco, uma especialização para uma empresa, você cria o mesmo efeito. Cria uma capacidade poderosa, como a do laser, de dominar um mercado. Quando, no entanto, sua empresa cai em tentação, perde o foco, contraria sua especialização, converte-se num sol que acaba dissipando toda a sua energia em muitos produtos e mercados”.
Na trajetória de todas as empresas, infinitos são os momentos de tentação. Desde tentações mais sofisticadas e elaboradas, até tentações grosseiras do tipo, “já que nossos jornais levam papel vamos investir em reflorestamento”, ou “já que nossos talheres levam plástico no cabo vamos investir também em mesas e cadeiras...”. E, por isso, todo o cuidado é pouco. Quando um macaco começa a saltar muito, certamente acabará despencando de um galho; e o tombo pode ser fatal.
É o que acontece neste momento com uma das mais tradicionais empresas japonesas, a SANYO, que acabou descuidando de seu negócio principal – fabricante de eletrônicos – e hoje também atua no território dos chips, baterias, construção de casas, internet, serviços financeiros, recursos humanos, e gestão de asilos e campos de golfe, dentre outros. Como não poderia deixar de ser, muito rapidamente perdeu competitividade em seu território original de atuação passando para um segundo grupo, e em todos os demais em que ingressou converteu-se num player medíocre.
Nos últimos 4 anos, ganhou um pouco de dinheiro apenas em 2004, mas perdeu muito dinheiro em 2003, 2005, e muito especialmente em 2006, tendo que ser socorrida por um consórcio de investidores liderados pela GOLDMAN SACHS.
A atual crise da SANYO não difere muito da que vem vivendo a SONY ainda que em menores proporções, e que caracteriza as empresas japonesas de uma forma em geral. Na medida em que vai sendo bem-sucedida no território de sua especialização, começa a se aventurar em outros territórios, onde prevalecem os fracassos difíceis de serem reconhecidos, assumidos e descartados, debilitando a empresa, minando as energias, enxugando o caixa. Em poucos anos, a situação é trágica e em muitos casos, a salvação impossível.
2.5.07
Inovações como forma de ruptura do mercado
Recentemente o professor Clayton Christensen, que já foi homenageado nesse blog, esteve no Brasil para realizar uma palestra sobre inovação. Abaixo publico artigo que mostra um resumo do que ele apresentou.
Inovações como forma de ruptura do mercado
HSM – 26/04/2007 - Cobertura do Fórum Mundial de Inovação 2007 HSM
Clayton Christensen, famoso professor de management da Harvard Business School, nos Estados Unidos, deu uma verdadeira aula sobre seus conceitos de Inovação de Ruptura nesta quarta-feira, no segundo dia do Fórum Mundial de Inovação, realizado pela HSM. Segundo ele, empresas de sucesso de todo o mundo têm criado ao longo dos anos inovações das mais variadas, porém, após certo período de tempo, acabam perdendo o mercado para outras companhias que vieram depois.
Para explicar tal fenômeno, Christensen expôs sua teoria da Inovação de Ruptura. Segundo ele, o fenômeno de inovação no mercado atualmente tem se manifestado de duas formas. Na primeira, uma companhia menor passa a explorar o mercado que sua concorrente, líder de mercado, quer se livrar.
Num primeiro momento, tal procedimento parece benéfico para ambos os lados, porém, a partir do instante em que as margens de lucro passam a ser menores, a pequena empresa começa a ampliar seus negócios, cada vez mais chegando perto do setor de atuação principal da grande companhia concorrente, até que por fim passa a concorrer com esta e, na maioria das vezes, com custos menores.
“Um exemplo claro disso aconteceu com a Toyota, que, nos Estados Unidos, antes produzia apenas veículos de pequeno porte e, atualmente, é uma das líderes do mercado, porém, já atingida pela sombra de empresas pequenas da Coréia do Sul e China”, citou.
No segundo modelo, a compahia passa a atacar um mercado até então não-consumidor por meio de produtos de baixo-custo e fáceis de usar. Isso faz com que a empresa abra para si um mercado completamente novo. “Esta é uma das vantagens que vejo no Brasil. O País conta com um enorme mercado não-consumidor a ser explorado”, destacou.
Permanência no topo - Porém, a questão que fica é como se manter no topo depois de usar modelos de Inovação de Ruptura, ante ao avanço inexorável das companhias menores rumo ao seu market share? De acordo com Christensen, a resposta está em dois elementos.
“A única forma de se manter no topo é por meio de um capital de risco e do espírito de empreendedorismo por parte dos gestores da companhia”, alertou. Segundo ele, foram esses dois fatores que faltaram a empresas japonesas, como a Seiko, que antes tinham o domínio do mercado, e perderam sua liderança.
Modelo de inovação - Christensen prendeu ainda mais a atenção da platéia ao destacar que um modelo de inovação de sucesso deve saber em certo momento deixar de lado as idéias de se ouvir e entender o cliente para virar seu foco à tarefa.
Para ilustrar esse conceito, o palestrante trouxe o exemplo de uma ação que coordenou junto ao McDonald’s para reestruturar as vendas de milk-shakes. “Percebemos, depois de uma pesquisa dentro das lojas, que os clientes compravam os milk-shakes preferencialmente para viagem, pela manhã, ao caminho do trabalho; e à noite, para os filhos, durante o jantar”, explicou.
Segundo ele, tal pesquisa resultou na criação de produtos adequados para cada tarefa do dia, ou seja, milk-shakes mais concentrados para quem iria tomá-los durante um percurso mais longo, e menos concentrados para aqueles que teriam de consumi-los mais rápido durante o jantar.
“Quando as empresas segmentam seus mercados pela tarefa e não pelo produto e cliente, visualizam um mercado maior, seus concorrentes em outra categoria e um grande potencial de crescimento”, salientou. “É muito importante atualmente que as companhias vinculem a sua marca à tarefa a qual se propõe a resolver, como nos casos do Google, eBay e FedEx”, explicou.
Comoditização dos clientes - Muito se ouve sobre a comoditização do trabalho dos fornecedores por parte dos clientes. Porém, Christensen expôs, na segunda parte de sua palestra, o lado inverso dessa moeda. Usando o exemplo da Compaq que, em certo período terceirizou tanto os seus serviços para reduzir os encargos e aumentar os ativos, Clayton mostrou que o fato de a companhia ter perdido o mercado para seus próprios fornecedores aponta para um grande risco no mundo corporativo atual.
“Algumas companhias terceirizam tanto que passam a ser apenas o verniz de seus produtos, que são feitos quase que exclusivamente pelos seus fornecedores. Há exemplos dramáticos disso atualmente, envolvendo companhias dos Estados Unidos e Europa e fornecedores da China e Índia”, alertou.
Para evitar tal erro, Christensen destacou a importância de as companhias terem equipes fixas para cada setor de atuação, separado pelo nível de relevância interno. “Num momento de ruptura, as empresas que não criam uma unidade autônoma interna para isso reduzem a praticamente zero sua possibilidade de explorar esse mercado”, disse.
Amarras internas - Para terminar, Christensen alertou para o fato de que algumas inovações e idéas brilhantes trazidas por funcionários de grandes empresas não puderam ver a luz do dia da forma que deveriam, com o foco voltado para a tarefa do cliente, devido a problemas internos da própria empresa.
“Para chegar ao mercado, uma idéia é transformada internamente por cada setor da empresa, como vendas, financeiro, operacional etc”, revelou. “Assim, o modelo de negócios fica preso à capacidade da empresa de lançar uma inovação no mercado. Se é para haver uma ruptura, é necessário embuti-la num modelo que se encaixe nessa proposta de valor e traga efetivamente essa inovaçã ao mercado”, concluiu.
Inovações como forma de ruptura do mercado
HSM – 26/04/2007 - Cobertura do Fórum Mundial de Inovação 2007 HSM
Clayton Christensen, famoso professor de management da Harvard Business School, nos Estados Unidos, deu uma verdadeira aula sobre seus conceitos de Inovação de Ruptura nesta quarta-feira, no segundo dia do Fórum Mundial de Inovação, realizado pela HSM. Segundo ele, empresas de sucesso de todo o mundo têm criado ao longo dos anos inovações das mais variadas, porém, após certo período de tempo, acabam perdendo o mercado para outras companhias que vieram depois.
Para explicar tal fenômeno, Christensen expôs sua teoria da Inovação de Ruptura. Segundo ele, o fenômeno de inovação no mercado atualmente tem se manifestado de duas formas. Na primeira, uma companhia menor passa a explorar o mercado que sua concorrente, líder de mercado, quer se livrar.
Num primeiro momento, tal procedimento parece benéfico para ambos os lados, porém, a partir do instante em que as margens de lucro passam a ser menores, a pequena empresa começa a ampliar seus negócios, cada vez mais chegando perto do setor de atuação principal da grande companhia concorrente, até que por fim passa a concorrer com esta e, na maioria das vezes, com custos menores.
“Um exemplo claro disso aconteceu com a Toyota, que, nos Estados Unidos, antes produzia apenas veículos de pequeno porte e, atualmente, é uma das líderes do mercado, porém, já atingida pela sombra de empresas pequenas da Coréia do Sul e China”, citou.
No segundo modelo, a compahia passa a atacar um mercado até então não-consumidor por meio de produtos de baixo-custo e fáceis de usar. Isso faz com que a empresa abra para si um mercado completamente novo. “Esta é uma das vantagens que vejo no Brasil. O País conta com um enorme mercado não-consumidor a ser explorado”, destacou.
Permanência no topo - Porém, a questão que fica é como se manter no topo depois de usar modelos de Inovação de Ruptura, ante ao avanço inexorável das companhias menores rumo ao seu market share? De acordo com Christensen, a resposta está em dois elementos.
“A única forma de se manter no topo é por meio de um capital de risco e do espírito de empreendedorismo por parte dos gestores da companhia”, alertou. Segundo ele, foram esses dois fatores que faltaram a empresas japonesas, como a Seiko, que antes tinham o domínio do mercado, e perderam sua liderança.
Modelo de inovação - Christensen prendeu ainda mais a atenção da platéia ao destacar que um modelo de inovação de sucesso deve saber em certo momento deixar de lado as idéias de se ouvir e entender o cliente para virar seu foco à tarefa.
Para ilustrar esse conceito, o palestrante trouxe o exemplo de uma ação que coordenou junto ao McDonald’s para reestruturar as vendas de milk-shakes. “Percebemos, depois de uma pesquisa dentro das lojas, que os clientes compravam os milk-shakes preferencialmente para viagem, pela manhã, ao caminho do trabalho; e à noite, para os filhos, durante o jantar”, explicou.
Segundo ele, tal pesquisa resultou na criação de produtos adequados para cada tarefa do dia, ou seja, milk-shakes mais concentrados para quem iria tomá-los durante um percurso mais longo, e menos concentrados para aqueles que teriam de consumi-los mais rápido durante o jantar.
“Quando as empresas segmentam seus mercados pela tarefa e não pelo produto e cliente, visualizam um mercado maior, seus concorrentes em outra categoria e um grande potencial de crescimento”, salientou. “É muito importante atualmente que as companhias vinculem a sua marca à tarefa a qual se propõe a resolver, como nos casos do Google, eBay e FedEx”, explicou.
Comoditização dos clientes - Muito se ouve sobre a comoditização do trabalho dos fornecedores por parte dos clientes. Porém, Christensen expôs, na segunda parte de sua palestra, o lado inverso dessa moeda. Usando o exemplo da Compaq que, em certo período terceirizou tanto os seus serviços para reduzir os encargos e aumentar os ativos, Clayton mostrou que o fato de a companhia ter perdido o mercado para seus próprios fornecedores aponta para um grande risco no mundo corporativo atual.
“Algumas companhias terceirizam tanto que passam a ser apenas o verniz de seus produtos, que são feitos quase que exclusivamente pelos seus fornecedores. Há exemplos dramáticos disso atualmente, envolvendo companhias dos Estados Unidos e Europa e fornecedores da China e Índia”, alertou.
Para evitar tal erro, Christensen destacou a importância de as companhias terem equipes fixas para cada setor de atuação, separado pelo nível de relevância interno. “Num momento de ruptura, as empresas que não criam uma unidade autônoma interna para isso reduzem a praticamente zero sua possibilidade de explorar esse mercado”, disse.
Amarras internas - Para terminar, Christensen alertou para o fato de que algumas inovações e idéas brilhantes trazidas por funcionários de grandes empresas não puderam ver a luz do dia da forma que deveriam, com o foco voltado para a tarefa do cliente, devido a problemas internos da própria empresa.
“Para chegar ao mercado, uma idéia é transformada internamente por cada setor da empresa, como vendas, financeiro, operacional etc”, revelou. “Assim, o modelo de negócios fica preso à capacidade da empresa de lançar uma inovação no mercado. Se é para haver uma ruptura, é necessário embuti-la num modelo que se encaixe nessa proposta de valor e traga efetivamente essa inovaçã ao mercado”, concluiu.
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