28.11.07

O Segredo? A Lei da Atração?

Ontem saí com meu amigo Mário para bater um papo. Passamos na livraria e começamos a olhar e conversar sobre os livros que lemos, que queremos ler e os que nunca compraríamos.

Chamou-me a atenção a quantidade de obras que pegaram carona no livro O Segredo. Tranqüilamente devem existir hoje uns 20 livros falando de assuntos similares, principalmente explicando a famosa Lei da Atração. Confesso que li um pouco sobre o assunto e até gostei do documentário.

Como toda unanimidade é burra (não me lembro quem falou essa frase), gostaria reproduzir aqui o post escrito pelo consultor Clemente Nóbrega (de quem sou fã) publicado em seu blog (Idéias e Inovação) no site da revista Época Negócios.

Cada um que tire suas conclusões.


Paulo Coelho,o “viés do sobrevivente”, e a lei dos grandes números
Fonte: Blog Idéias e Inovação - 26/11/2007

O “viés do sobrevivente” explica por que os famosos e milionários adoram aquela frase que se tornou o ícone supremo do “paulocoelhismo”: “Se você deseja algo, o Universo inteiro conspira a seu favor”. Não admira que pessoas bem-sucedidas acreditem nisso. Elas são bem-sucedidas, e isso seria a prova de que o Universo conspirou a favor delas. Puro viés do sobrevivente.


Famosos e milionários são a minoria esmagadora. São os pontos fora da curva. São o análogo estatístico ao fumante inveterado que está com 90, fuma desbragadamente desde os 10 e não ficou doente. O que dizer dos milhões e milhões de leitores “médios” de Paulo Coelho (PC), que não são e jamais serão famosos, independentemente da intensidade com que desejem sê-lo?

Esses, acreditando no que dizem as celebridades, continuarão comprando livros de PC e desejando, desejando, desejando, cada vez mais intensamente. Até morrerem explodindo de desejo! Totalmente anônimos ante a indiferença glacial do Universo!!! É que o Universo está ocupado demais “conspirando” a favor de Brad Pitt, Sharon Stone e Madonna, entende?

Quando afirmo que para os fins da gestão não pode haver pessoas especiais, estou lançando mão da lei dos grandes números. Na média, as pessoas são médias, e carregam, como eu e você, a herança primata da busca da reciprocidade, a obsessão com a justiça, o desejo de vingança por se sentirem enganadas, a busca de status e poder... paixões shakespearianas. Pense nisso.

Para prever os efeitos de nossas ações como gestores, temos de partir do comportamento médio, não do desvio estatístico. Eis outro problema da mentalidade auto-ajuda: dando a entender que todo mundo pode ser Bill Gates se “desejar com intensidade suficiente”, ela engana você. Você pode ser Bill Gates, mas provavelmente não será. A média das pessoas fica na média.

O que a lei dos grandes números diz é que não há chance de os milhões de leitores do Paulo Coelho passarem a se tornar celebridades porque sonharam, ou por qualquer outra razão. O Universo só conspira a favor de quem tem algo para vender e encontra quem compre.

20.11.07

Para ampliar sua rede de relacionamentos

Comecei a ler hoje o livro intitulado O Livro Negro do Networking de Jeffrey Gitomer. Um pequeno texto contido logo na contracapa dessa obra me chamou muito a atenção: “Estabelecer contatos é mera questão de ser amigável, de ter capacidade de se entrosar e de estar disposto a dar algo primeiro. Quando combinar esses três atributos, você terá descoberto o segredo que há por trás dos poderosos contatos que resultam valiosos relacionamentos”.

Nesta época de extrema competitividade e relatividade dos valores, “ser amigável” e principalmente “estar disposto a dar algo primeiro”, parece que está fora de moda, que não funciona e vai contra frases que freqüentemente escutamos tais como: “preciso ver primeiro os meus interesses”, “o que você tem a oferecer”, “vamos direto ao assunto”.

Não sei se o livro vai ser bom, mas só o ensinamento de que precisamos primeiro ajudar as pessoas para depois ser ajudado, já me agradou. Ajudar ao próximo; no GRANDE livro fala-se disso o tempo todo.

15.11.07

Cisne Negro

Como lidar de modo eficaz com os efeitos de eventos improváveis
Fonte: Site Época Negócios


Por:Jean-Pierre Lehman*

Em um mundo extremamente volátil como o nosso, a ocorrência de eventos de tipos diversos e aparentemente improváveis são sempre iminentes. Contudo, é impossível prever onde, quando e como sobrevirão. De que maneira, então, as empresas podem se preparar para enfrentá-los? Uma possibilidade seria adotar uma visão menos simplista e linear do mundo, tendo sempre em mente os cenários mais extremos que, na teoria do risco, são conhecidos como “Cisnes Negros”. Nesse tipo de cenário, pode-se posicionar estrategicamente a empresa para lidar de modo mais eficaz com os efeitos de eventos improváveis.

Em seu livro “O cisne negro”, Nassim Taleb, especialista em riscos e finanças, debruçou-se principalmente sobre os problemas da incerteza e do conhecimento, ampliando o conceito e a experiência do cisne negro e conferindo ao fenômeno três atributos: (1) deve ser algo estranho, totalmente inesperado e fora do âmbito das expectativas normais; (2) deve provocar um impacto tremendo; e (3) deve ser algo passível de explicação e que deve parecer lógico depois de ocorrido, isto é, perfeitamente compreensível quando analisado retrospectivamente.

Entre os exemplos de cisnes negros ao longo da história há eventos cataclísmicos como o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do império austro-húngaro, e de sua esposa, Sofia, em 28 de junho de 1914, pelo nacionalista sérvio Gavrilo Princip, em Sarajevo. Esse foi o estopim da Primeira Guerra Mundial — a guerra mais brutal que a humanidade já viu. Os acontecimentos de 11 de setembro de 2001 são exemplo de um cisne negro mais contemporâneo.

O fenômeno do cisne negro não é de modo algum arauto de tragédias. O colapso do muro de Berlim foi um fenômeno desse tipo, assim como a decisão do líder comunista chinês Deng Xiaoping de “abraçar a globalização” no final dos anos 1970. A China, que nem sequer aparecia na tela do radar dos negócios internacionais, é hoje a terceira maior potência comercial do mundo (depois da Alemanha, dos EUA e à frente do Japão).

A Arla em apuros

Em 2006, a Arla Foods, companhia holandesa de laticínios, topou com seu cisne negro no Oriente Médio, onde teve prejuízos de mais de 55 milhões de euros depois que um importante jornal dinamarquês veiculou charges que foram consideradas ofensivas aos muçulmanos.

Lições do caso Arla e outras recomendações

Que lições os executivos das empresas podem aprender com a experiência da Arla e com a síndrome do cisne negro em geral?

A principal delas, sem dúvida alguma, é que não havia como a Arla prever, muito menos evitar, o que aconteceu. Apesar disso, tanto no caso da Arla quanto no de qualquer outra empresa, a primeira lição, evidentemente, é que vivemos em um mundo extremamente volátil, especialmente em razão da velocidade alucinante com que a informação (e a desinformação) viaja.

É claro que os futuros mercados, lucros e recursos encontram-se nos países em desenvolvimento, e isso por razões demográficas e econômicas. Portanto, não há outra alternativa a não ser fazer negócios ali, porém os riscos não podem ser ignorados. Um deles é a excessiva confiança em uma região específica. A lição que a Arla aprendeu foi que deveria diversificar suas operações em regiões geográficas diferentes, pulverizando o risco político.

Uma vez que nenhuma das previsões, ou muito poucas, feitas nas últimas três décadas do último milênio nem de longe se tornaram realidade nos anos 2000, segue-se que outra lição importante é que no momento de se avaliarem futuras perspectivas (que são fundamentais para a estratégia), gráficos elaborados por bancos e consultorias que se propõem a determinar o tamanho do PIB, participações globais do produto interno bruto, tamanho da classe média etc. no decorrer de várias décadas, o mínimo que se requer é que tudo isso seja tratado com muita cautela.

A chave está no pensamento lateral e holístico

Para tentar entender o mundo em que vivemos, é fundamental recorrer ao pensamento lateral e holístico. Ao avaliar as principais forças de qualquer país ou região, sobretudo no mundo em desenvolvimento, é imprescindível que sejam avaliados em conjunto os dados demográficos, as questões ambientais, o consumo de energia, a infra-estrutura política, os movimentos sociais e as ideologias. Além disso, deve-se levar em conta não só o PIB médio per capita (que pode induzir a erro), mas também a distribuição de renda (como instrumento básico de mensuração da desigualdade). Outros indicadores críticos: nível de bem-estar público medido pela presença de escolas, assistência à saúde, condição da mulher, existência de minorias e de tratamento adequado concedido a elas, padrões de imigração, participação da pesquisa e desenvolvimento nos gastos públicos, classificação do país em diferentes índices, inclusive nos que medem o grau de corrupção e de abertura aos negócios.

Para que se tenha um entendimento mais aprofundado do que acontece na maior parte do mundo hoje em dia, e para que haja uma convergência em direção ao pensamento lateral e holístico, há um corpus literário cada vez mais sofisticado que complementa a visão panorâmica desse quadro com uma visão de natureza mais terrestre.

Curiosidade intelectual: elemento obrigatório

Isto, por sua vez, nos remete a outro requisito. Para entender as forças e as tendências do ambiente global e dos diversos países e regiões do mundo, principalmente os mais voláteis, nada substitui a leitura de livros.

Ler livros, cultivar a curiosidade e a modéstia intelectuais, desenvolver o pensamento lateral e holístico, dialogar com um círculo maior de pessoas de profissões e posições variadas eaprender com elas não fará com que empresa seja capaz de prever o futuro, tampouco pressentir a iminência de um cisne negro antes que ele chegue. Contudo, se fizer todas essas coisas estará muito mais preparada, sob diversos aspectos, para detectar as emboscadas armadas pelo cisne negro.

Se quisermos competir e ser bem-sucedidos em uma atividade atlética, temos de nos exercitar. Assim também temos de exercitar nosso cérebro, nossa imaginação e capacidade analítica se quisermos ser bem-sucedidos nas disputas travadas no mercado global do século 21 — extremamente desafiador, sim, mas igualmente empolgante.


*Jean-Pierre Lehman é do IMD (International Institute for Management Development), instituto suíço de educação para executivos.

12.11.07

Ridículo

Achei tão ridícula a história contida no artigo abaixo, que resolvi publicá-lo.

O texto me fez lembrar daqueles profissionais (todo mundo conhece pelo menos um) que parece ter contúdo, que conhece os fatos, parece dominar o assunto, mas no fundo é só superficialidade. Ele tem boa oratória, consegue fazer bons relacionamentos, mas não conhece o mercado, as ferramentas e muito menos o negócio. No momento da verdade ele vacila e culpa os outros.

Livro-objeto
Fonte: Livro Marketing Trends 2007 - M. Books

Enquanto o mercado de livros no país continua devagar quase parando, com um dos mais baixos índices de leitura por habitante dentre todos os países, um derivativo do livro, mais especificamente o livro-objeto, registra expressivo crescimento de demanda em todos os últimos anos. Muito especialmente nas grandes metrópoles do país, e impulsionado pela orientação e recomendação de decoradores.

Esse tipo de livro, o livro-objeto, não é comprado nas tradicionais livrarias e nem nas megastores. É comprado nos Sebos mesmo. E também não é comprado pelo seu autor e nem pelo conteúdo. Prevalece a aparência, o que o título sugere para quem bate os olhos, e preferencialmente se fizer parte de uma coleção. E mais, não é comprado por unidade, é comprado aos metros. Quem diria?!

Antes, esse recurso era mais utilizado por profissionais liberais em seus escritórios, muitos especialmente os advogados. Para muitas pessoas, bancas de advocacia que não exibem atrás de seus sócios prateleiras e prateleiras de livros não passam credibilidade. E mais recentemente, e nas grandes metrópoles, a demanda tem crescido devido a orientação de jovens e recém-formados decoradores ou arquitetos, normalmente amigos dos jovens casais que estão montando apartamento, e também precisam passar um ar, toque ou sensação de cultura, um certo ar intelectual.

Ainda recentemente, o DIÁRIO DO COMÉRCIO (SP) escalou SONAIRA SAN PEDRO para cobrir o assunto revelando alguns números e comportamentos desse negócio, o do livro-objeto. A vendedora de um dos Sebos visitados, MARISTELA OLIVEIRA, descreveu o comportamento clássico desses clientes: “Chega aqui e diz qual a medida que precisa para completar sua estante, escolhe os exemplares e a gente mede na fita métrica; o preço do metro varia de acordo com a capa, entre R$ 100 e R$ 300”. Num outro Sebo, de MESSIAS COELHO, ouviu um comentário sobre o até então único heavy-user desses serviços, “Semana passada, um advogado comprou 300 obras de Direito para rechear a estante”, e concluiu, “eles compram livros que não valem mais para a consulta das leis atuais, é só para fazer volume mesmo”.

8.11.07

Idicação de Leitura

Segunda passada, dia 5/11, estive presente no evento da HSM Management. Lá assisti uma palestra do atual presidente da OTIS Brasil (elevadores), Sr. Danilo Talanskas. Nesta palestra falava-se do conteúdo do seu livro: Lições de Guerra - Um Guia para o Campo de Batalha Empresarial (ed. Campus).

Um apaixonado pela história das guerras, os Sr Talanskas utiliza seu conhecimento das guerras que assolaram o mundo, junto com a sua experiência profissional, e extrai lições e habilidades que podem ser usadas no mundo corporativo. Não é um livro sobre estratégia empresarial, mas sim uma obra para auxiliar no desenvolvimento da carreira.

Acabei comprando o livro no evento e já estou lendo-o. Estou gostando muito. Além das curiosidades da guerra, vale a pena ler o livro porque ele nos passa uma visão nacional do mundo corporativo. Estamos acostumados a ler os livros escritos em grande maioria por norte-americanos. Nesse caso, Sr Talanskas passa sua experiência de carreira inteiramente vivida no Brasil.

Aqueles que se interessarem pelo desenvolvimento da carreira, de história, e aprecia ler um texto leve e agradável, recomendo a leitura deste livro.

5.11.07

A importância da reciprocidade

Todo homem quando exerce uma atividade ou trabalho sempre exige algo em troca. Isso é verdade no âmbito privado de nossas vidas como também no âmbito profissional. Nós exigimos sempre alguma coisa em troca pela nossa amizade. Pode ser uma atenção, respeito. No trabalho além do salário, exigimos reconhecimento, oportunidade de crescimento, conhecimento, etc. Isso é devido ao fato reciprocidade que é inerente ao ser humano.

Abaixo segue um trecho de uma matéria da capa que extraí da revista Época Negócios de outubro de 2007. Achei muito interessante.

Quando formos cobrar de nossos colaboradores resultados melhores, mais dedicação e empenho, lembre-se de fazer a pergunta: O que a empresa vai dar em troca? Vale a pena falar que apenas um aumento na remuneração não será suficiente.


A reciprocidade
Para acessar todo o texto da revista Época Negócios, clique aqui.

A vida em grupo exige reciprocidade e em toda parte caçadores-coletores agem de acordo com essa lógica – "para minha família primeiro, se sobrar, para a sua". Para estranhos (que vão concorrer pela mesma girafa), a morte. A agricultura foi a tecnologia (social) decisiva para a civilização porque levou à divisão do trabalho em larga escala. Rompeu a mentalidade "soma zero" do bando, e ele virou vila, cidade, reino. Ao admitir a entrada de estranhos no bando, a agricultura resolveu um problema complicadíssimo: coordenar e motivar muita gente com vistas a um objetivo comum.

A reciprocidade veio sendo programada em nós desde tempos ancestrais. Uma descoberta recente é a importância disso que podemos chamar de "senso de justiça", algo baseado na noção de reciprocidade. "Eu te ajudo hoje, mas espero a contrapartida amanhã." Numa série muito engenhosa de experimentos, Leda Cosmides e John Toby, da Universidade da Califórnia, mostraram que o animal humano é programado pela evolução para detectar injustiça. Confi ança (trust) e detecção e punição da injustiça estão no coração da sociedade, no centro da idéia de civilização.

Fiquei perplexo ao tomar conhecimento disso. Eu já havia percebido que esse tema (reciprocidade- justiça-confi ança) é o eixo central em qualquer comunidade inovadora. A percepção de que "as coisas são injustas por aqui" corrói e trava tudo. É um pecado mortal. Jack Welch conta como uma experiência, logo no início de sua carreira na GE, moldou sua visão sobre como pessoas devem ser gerenciadas: um prêmio em dinheiro, sempre no mesmo valor, distribuído por toda a organização fez com que ele pedisse demissão (depois reconsiderou), pela revolta de ver pessoas desiguais tratadas igualmente. Injustiça! Injustiça! Meritocracia – a cada um de acordo com seu desempenho – foi um dos pilares da filosofia de Welch como CEO da GE.

Confiança e punição da injustiça são tão importantes para os humanos que, muitas vezes, preferimos nos prejudicar pessoalmente para impedir uma "injustiça". Outro desses experimentos fartamente documentados dá conta da seguinte situação: duas pessoas devem dividir uma soma em dinheiro (R$ 100, digamos). Para que possa haver a partilha, ambas têm de concordar. Uma delas propõe quanto cada uma vai receber, e a outra aceita ou rejeita. Se rejeitar a proposta, ninguém ganha nada. Seria de esperar que mesmo um rateio de 99/1 fosse aceito, porque, racionalmente, R$ 1 é melhor do que nada. Na prática, porém, pouca gente aceita uma divisão menor do que 70/30. Se você ousa propor menos que isso, o outro jogador veta a partilha e prefere ficar sem nada. O considerado "justo" é 50/50, meio a meio. Qualquer outra coisa é percebida como violação da idéia de reciprocidade programada em nossas mentes.

A revista The Economist diz: "A grande descoberta foi a identificação do papel da confiança (trust) como eixo da evolução humana... Confiança permite que estranhos colaborem, por meio de um processo que envolve a contabilização de quem faz o que e quando, e também a punição dos fraudadores. Fora os primatas, só os morcegos confiam assim em estranhos (não parentes), mas o mecanismo é o mesmo: morcegos bem alimentados regurgitam uma parte do alimento para colegas que estão famintos, e fazem isso esperando a retribuição quando forem eles que estiverem famintos".

Matt Ridley, autor de livros clássicos sobre esse tema, diz que a reciprocidade é como uma espada de Dâmocles sobre nossas cabeças. Repare como nosso dia-a-dia está cheio de manifestações como as seguintes: "Nós já os convidamos duas vezes para jantar em nossa casa, e eles nunca retribuíram"; "Ele só está me convidando para a festa para que eu fale bem dele em minha coluna na revista"; "Depois de tudo que eu fiz por ele, como ele pode agir assim comigo?"; "O que eu fiz para merecer isso?"; "Você me deve essa". Obrigação. Dívida. Barganha. Contrato. Troca. Acordo. Nossa linguagem e nossas vidas são permeadas pela idéia de reciprocidade.
Quando estamos em ambientes em que se exercita cooperação e reciprocidade, nosso instinto de cooperação nos levará a cooperar também. Nossas mentes tiram uma amostra da população ao redor e, se as pessoas são cooperativas, tornamo-nos como elas. Em um ambiente trambiqueiro, porém, cujas normas sociais não dão suporte à cooperação, nosso software nos torna permanentemente desconfiados. Todo mundo protege o próprio traseiro.

Países inovadores têm sistemas operacionais que levam a tecnologias sociais robustas, que garantem alto nível de cooperação baseada em reciprocidade. Os módulos desses sistemas operacionais são os elementos do "conto dos países inovadores". Não há nenhum país com cultura forte em todos os elementos do sistema operacional. Também não há maneira única de implementar esses elementos. O que estou dizendo é que todos os países inovadores têm, em média, registros favoráveis em todos os elementos, mesmo que seus sistemas operacionais sejam, como são, bem diferentes.
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